Folha de S. Paulo


O holandês: "'Laranjas' querem vingar final de 1978"

Os "Laranjas" estão esperando pela vingança da final perdida no Mundial de 1978.

O que rima com Louis van Gaal? Genial! Não somente no exterior, mas também no seu próprio país o técnico é chamado de gênio. Ele tem traçado um plano de mestre que orienta a equipe holandesa, passando por todos os adversários na Copa do Mundo.

Muitos treinadores não conseguem fazer a troca no momento adequado. Mas Van Gaal também controla esta parte das táticas, mais do que perfeitamente. Ele supera com isso todos os seus colegas de profissão no Brasil.

Simplesmente porque o amsterdanês de quase 63 anos de idade realmente não deixa nada, mas nada mesmo, ao acaso. Cada pequeno detalhe ele examina extensivamente em sua meticulosa preparação para a competição.

Contra a Austrália ele colocou Memphis Depay. Sendo esta a primeira substituição de ouro das quatro feitas até agora. O habilidoso atacante marcou o terceiro na vitória por 3 a 2.

Contra o Chile, Leroy Fer assumiu a posição de Wesley Sneijder, que mal tinha entrado em campo, quando cabeceou e fez 1 a 0.

Nas oitavas de final contra o México, Van Gaal trocou friamente, baseado na sua experiência, sem diferenciar jogadores, o improdutivo Robin Van Persie por Huntelaar. O craque definiu destemidamente e nos acréscimos com um gol de pênalti, que significou a virada e a vitória por 2 a 1.

E, contra a Costa Rica, o treinador novamente tomou uma decisão única. Nunca vista antes. No último minuto da prorrogação, ele substituiu atrevidamente o seu goleiro. Jasper Cillissen por Tim Krul, porque ele tem um corpo mais longo e, portanto, também um melhor alcance.

Enfim, uma tomada de decisão de risco. Porque no Campeonato Inglês, Krul parou, como goleiro do Newcastle United, apenas dois dos vinte pênaltis que tentou pegar. Como assim especialista em pênaltis? Novamente outra aposta de Van Gaal deu muito certo.

Louis "Genial" foi assunto principal da revista alemã Bild. Na hora, silenciou o curso do acalorado debate sobre o sistema.

Onde termina esta turnê dos "Laranjas" pelo Brasil?

A Holanda, nas semifinais em São Paulo, está esperando pela revanche da Copa de 1978, quando perdeu a final em Buenos Aires, para a Argentina. A ditadura militar de Jorge Videla não admitia naquele momento uma derrota do país anfitrião.

De tudo foi pensado e jogado na batalha. O atraso intencional do ônibus holandês no trânsito a caminho do Estádio de River Plate. A provocação dos argentinos alegando que o árbitro italiano Gonella tenha influenciado no jogo, devido ao gesso no pulso de René van de Kerkhof. A ameaça dos "Laranjas" de não jogar. Etc... etc...

Naquele hostil caldeirão no dia 25 de junho de 1978, perder era a única opção: 3 a 1 na prorrogação.

Agora, 36 anos depois, Van Gaal pensa hoje sem hesitação na Argentina como uma equipe bastante medíocre que não poderia nem ter ganhado de uma Bélgica melhor.

E o equilíbrio de encontros anteriores bate fortemente a favor dos "Laranjas": quatro vitórias, três empates e apenas uma derrota, justamente a de 1978, angustiante e ainda não superada.

No caso de uma provável falha ou parcial derrota, o treinador só precisa mais uma vez pegar sua caixa mágica...

Tradução de DANIELLA VERBURG

Editoria de Arte/Folhapress

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