Folha de S. Paulo


Após vexame, Tite é o favorito para assumir seleção

David Gray-8.jul.2014/Reuters
Luiz Felipe Scolari conversa com Bernard durante jogo do Brasil contra a Alemanha, no Mineirão
Luiz Felipe Scolari conversa com Bernard durante jogo do Brasil contra a Alemanha, no Mineirão

O vexame contra a Alemanha nesta terça (8) encerra a era de Luiz Felipe Scolari, 65, como treinador da seleção brasileira. Ele ainda trabalha no sábado na disputa do terceiro lugar contra o perdedor de Holanda e Argentina, mas deixará o cargo após o Mundial.

A direção da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) deve oficializar a saída do técnico nos próximos dias, e o preferido para assumir o posto pensando na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, é Tite.

A mesma direção da entidade não participou da entrevista coletiva dada nesta quarta-feira por Felipão e todos os integrantes da comissão técnica.

Com o massacre sofrido para a Alemanha, Felipão completou 54 partidas à frente da seleção –contabilizadas as duas passagens do treinador: entre 2001 e 2002 e de 2012 até esta Copa do Mundo. Ainda terá mais uma partida, a disputa de terceiro lugar no sábado, em Brasília.

Felipão obteve 74,6% de aproveitamento no comando da seleção. Foram 38 vitórias, sete empates e nove derrotas. Os principais títulos conquistados são a Copa das Confederações de 2013 e o Mundial de 2002.

Apesar do fracasso nesta Copa em casa, oficialmente o presidente da CBF pregava a continuidade de Felipão na entidade.

"Isso não é assunto para conversar agora. Tenho que trabalhar no sábado [disputa de terceiro lugar] para fazer um bom resultado", afirmou o treinador, ao ser questionado sobre a sua permanência no cargo.

Mas o gaúcho não deve permanecer como treinador. Uma das ideias era realocá-lo em um outro posto dentro da comissão técnica.

Carlos Alberto Parreira, coordenador-técnico na Copa, também deve deixar a CBF.

O preferido para substituir Felipão no comando da seleção é Tite. O treinador está desempregado desde o fim de 2013, quando foi dispensado pelo Corinthians.

Oficialmente, Tite não comenta se estaria esperando o término da Copa para assumir a seleção. No entanto, ele já recebeu sinais de que é o mais cotado para treinar o time nacional após o torneio.

Há também outro nome cogitado: Alexandre Gallo, que hoje é técnico das categorias de base da CBF. O problema para este nome, agora, é que foi Gallo, ao lado do outro observador dos rivais nesta Copa, Roque Júnior, quem sugeriu a Felipão o esquema tático colocado em campo contra a Alemanha. E aconteceu o que aconteceu no Mineirão.

Gallo é um dos nomes que agradavam a cúpula da confederação, composta por José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, atual e futuro presidente da entidade, respectivamente.

Mas, como não tem muita experiência como treinador, deve ser preterido.

O novo técnico da seleção brasileira terá uma missão diferente da que Mano Menezes e Felipão tiveram nos últimos quatro anos.

Ambos foram obrigados a promover uma renovação do time nacional. Sem Ronaldinho Gaúcho e Kaká, que estavam em más condições, Neymar, Oscar, Thiago Silva e companhia se tornaram os protagonistas da equipe.

Além disso, não precisaram disputar as eliminatórias continentais, já que o Brasil por ser o país-sede tinha vaga garantida no Mundial.

O novo técnico terá a função de azeitar a nova seleção montada, mas que fracassou na Copa do Mundo em casa. E terá que já iniciar o trabalho para as eliminatórias sul-americanas.

Em 2015, haverá a Copa América, no Chile. Será a primeira competição oficial do time nacional. E em 2016, a Olimpíada do Rio -único título importante que a seleção brasileira não possui. Inicialmente Gallo será o treinador do time nos Jogos Olímpicos, independentemente de quem for contratado.


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