Folha de S. Paulo


Em 48h, chuva em Natal bate média de mês; deve melhorar para EUA x Gana

Chove sem parar na Cidade do Sol. Natal, conhecida pelos dias ensolarados e ventos constantes, sofre nos últimos dois dias com alagamentos e deslizamentos que fizeram a prefeitura decretar estado de alerta.

A chuva nas últimas 48 horas já superou a média pluviométrica histórica do mês na cidade-sede de quatro jogos desta Copa do Mundo.

Segundo a a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), o índice chegou a 340 milímetros na manhã deste domingo no bairro de Ponta Negra, onde se concentram a maior parte dos hotéis em Natal. Na média, a cidade registra acúmulo de aproximadamente 300 milímetros no período, calculado desde a manhã de sexta-feira, horas antes do início do jogo entre México e Camarões (1 a 0).

Em junho, historicamente a cidade registrar média de 280 milímetros de chuva.

"É comum chover bastante em junho. Também é comum chover quase todos os dias do mês, de 20 a 25 dias de ocorrência. Mas não é comum essa chuva contínua", diz Gilmar Bistrot, meteorologista do Emparn.

Os motivos para tanta chuva, segundo o meteorologista, são vários: as águas do oceano estão quentes, a umidade está acima dos 95%, o vento está muito fraco. Assim, a chuva que devia deixar Natal está estacionada sobre a cidade da Arena das Dunas.

Para o jogo entre Estados Unidos e Gana, nesta segunda-feira (16), às 19h, porém, deve haver um alívio.

A previsão para a partida de estreia das duas seleções nesta Copa é de diminuição da chuva.

"A tendência nas próximas 24 horas a 48 horas é de instabilidade ocasional. Mas a chuva deve diminuir", diz Bistrot.

Apesar do volume alto das chuvas, não houve quebra do recorde histórico da cidade, que é de 252 milímetros no período de 24 horas, em 30 de junho de 1998.

ALERTA

A Prefeitura de Natal divulgou nota, na noite de sábado (14), decretando estado de alerta na cidade e dizendo que equipes estão trabalhando em bairros nos quais famílias tiveram que deixar suas casas e apartamentos.

"Por precaução, a orientação da Defesa Civil do município e do Corpo de Bombeiros foi por esvaziar dois edifícios na praia de Areia Preta que ficam ao lado da escadaria que se rompeu e cujo terreno cedeu, carreando uma grande quantidade de material para a avenida Silvio Pedroza", diz a prefeitura.

Não há registro de vítimas até agora. Mas vários locais da cidade enfrentam problemas de alagamento pelo excesso de água, sobrecarregando o sistema de lagoas do município.

"O prefeito Carlos Eduardo determinou estado de alerta na cidade, deixando todas as secretarias com equipes, material e veículos de sobreaviso durante a noite de hoje [sábado] e enquanto durarem essas chuvas", completa a assessoria de imprensa do município. Amanheceu chovendo neste domingo (15) também.

A Procuradoria do Município também foi acionada para elaborar um decreto de estado de calamidade pública ou emergência a fim de que sejam tomadas as medidas necessárias para a recuperação das áreas atingidas.


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