Unir o útil ao agradável.
É isso o que planeja a ambulante que vende lanches de seu celta, convertido em "lanchonete", que fica estacionado na saída posterior do Itaquerão e que se identificou apenas como "Loura" Souza.
"Sou corintiana, mas nunca vi um jogo do time no estádio, já que o Pacaembu fica muito longe daqui da zona leste. Agora pretendo assistir pela primeira vez", diz.
A ambulante, que deixou a área de confecção há seis meses, prevê que após a conclusão das obras o trabalho no local será menos lucrativo. Mas não quer abandonar a região por sentir potencial.
"Com o estádio, que terá outras atividades, com a Fatec [vizinha do Itaquerão, no Pólo Institucional de Itaquera] e tudo o mais, acho que vai ter uma grande circulação por aqui."
Especialistas em recolocação profissional ouvidos pela Folha afirmam que o crescimento do número de empregos na região de Itaquera deve se manter mesmo após o fim das obras do estádio.
Maria do Carmo Pereira e Suellen Soares, moradoras de Guaianazes e Ferraz de Vasconcelos, que trabalhavam nos bairros de Higienópolis e Ana Rosa, trabalham como auxiliares de limpeza no Itaquerão e tem a promessa de manutenção dos empregos.
"É mais tranquilo. Antes gastava duas horas e meia para voltar do meu trabalho. Hoje, como estou mais perto, dá para buscar meus filhos na escola e não preciso pedir para alguém", explica Maria.
"Dá para usar o tempo que sobra para brincar com eles [os meus filhos]", explica Suellen, que antes perdia duas horas para voltar do trabalho e hoje cumpre o trajeto em trinta minutos.