Folha de S. Paulo


Documento aponta que operário morto no Itaquerão fez cursos para obra

Fabio Hamilton da Cruz, operário que morreu no último sábado no Itaquerão, recebeu treinamento para trabalhar em altura e curso de orientação de segurança antes de começar a atuar na obra do estádio corintiano.
É o que mostram documentos assinados por Cruz e obtidos pela reportagem da Folha. Os papéis confrontam a versão de familiares e de colegas de trabalho do operário, que alegaram que Fabio não havia feito cursos para trabalhar em altura.

No dia 21 de janeiro deste ano, antes de iniciar a trabalhar na obra, Cruz assinou um certificado de treinamento de trabalho em altura.

Segundo o documento, o curso foi realizado em Campinas, na sede da WDS Construções, sua empregadora.

Outro documento obtido pela reportagem mostra que Cruz também passou por treinamento de segurança e se comprometeu a utilizar todos os equipamentos de proteção. Este treinamento, segundo descrito no documento, foi realizado no dia 20 de janeiro de 2014.

Em fevereiro, quando iniciou a trabalhar na obra do estádio corintiano, Cruz ainda assinou uma ficha de controle, na qual atesta que recebeu materiais de segurança para exercer a função.

Entre os equipamentos descritos estão cinto de segurança, calçado e capacete.

Já no dia do acidente, de acordo com um controle interno da obra do Itaquerão, Fabio participou de uma reunião sobre segurança no trabalho –os encontros aconteciam todos os dias antes do inicio das atividades.

Cruz assinou uma lista de presença no "Diálogo Diário de Segurança", reunião que ocorreu horas antes da sua morte e que teve a presença de outros 14 operários.

A hipótese de falha de treinamento e de orientações de segurança vem sendo levantada desde sábado. Familiares e operários que trabalhavam junto de Fabio Cruz argumentaram que ele não possuía conhecimento para atuar na função que exercia na obra do Itaquerão.

Cruz era montador e funcionário da WDS Construções, empresa subcontratada da Fast Engenharia. Ele colocava placas de cimento nas arquibancadas temporárias do estádio corintiano.

A morte de Fabio Hamilton Cruz foi a terceira ocorrida no canteiro de obras do Itaquerão. E a oitava nas construções das arenas da Copa.


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