Folha de S. Paulo


Com estilos diferentes, Espanha e Brasil são retratos dos técnicos

Brasil e Espanha são retratos fiéis de seus técnicos.

A seleção de Felipão vibra no campo, enquanto o técnico vive gritando e pulando na frente do banco de reservas.

A Espanha é chamada de "sonolenta" por suas infinitas trocas de passes --mesma acusação que se faz ao treinador Vicente del Bosque.

Em campo, o Brasil fez muito mais faltas que a Espanha no torneio --81 em três partidas, contra 42 do rival.

Ao contrário do seu adversário que se descabela fora do campo pela seleção, o espanhol raramente levanta do banco de reservas e é avesso ao estilo teatral.

Na última quinta-feira, na semifinal da Copa das Confederações em Fortaleza, ele se recusou a ficar abraçado com os reservas e integrantes da comissão técnica na dramática decisão de pênaltis contra os italianos.

O ex-jogador do Real Madrid nos anos 70 e 80 viu as cobranças sentado no banco de reservas. Cara fechada.

"Vejo igual sentado ou em pé. Estava muito cansado e não poderia fazer nada", respondeu Del Bosque, após deixar o vestiário do Castelão.

Seria impensável ver Felipão agir assim. "Eu vibro mesmo, eu participo", disse o treinador após a vitória por 2 a 1 sobre o Uruguai.

A Copa das Confederações é o único título importante que falta a Del Bosque como técnico da Espanha --já foi campeão da Copa do Mundo e da Eurocopa.

"Quero que meus jogadores tenham a ambição de uma criança no Maracanã", disse o treinador espanhol. "Eles são cinco vezes campeões do mundo e nós uma vez só. Domingo [hoje], tudo começa do zero", completou.


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