Folha de S. Paulo


Vamos esquecer toda essa confusão no Brasil e pensar na seleção, diz Pelé

Pelé, embaixador da Copa do Mundo-2014, pediu para os torcedores brasileiros apoiarem a seleção brasileira na Copa das Confederações e, dentro dos estádios, deixarem de lado as manifestações que têm tomado as ruas do país desde o início do mês.

O depoimento foi dado para a TV Tribuna de Santos na manhã desta quarta-feira, antes do confronto Brasil x México na qual Pelé citou até a antecessora da CBF. "Quem está falando aqui não é o Pelé. É o Edson, do tempo da CBD [Confederação Brasileira de Desportos], torcedor brasileiro".

"Vou pedir mais uma vez aos brasileiros para não confundirem as coisas. Estamos iniciando uma preparação para a Copa do Mundo. A Copa das Confederações serve muito para a gente ter uma base de como vai ser a nossa equipe", disse o Rei.

"Vamos esquecer toda essa confusão que está acontecendo no Brasil e vamos pensar que a seleção brasileira é o nosso país, é o nosso sangue. Não vamos vaiar a seleção. Vamos apoiar até o final", acrescentou.

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Via assessoria, já após o jogo do Brasil, Pelé explicou que é a favor da manifestação do povo brasileiro na luta pelos direitos e por condições melhores no país. Disse também que não concorda e é contra atos de violência durantes os protestos.

Pelé foi tricampeão do mundo pela seleção brasileira em 1958, 1962 e 1970. No primeiro título, tinha apenas 17 anos e iniciou o torneio como reserva. Defendeu o Brasil de 1957 a 1971, com com 95 gols em 115 partidas --é o maior artilheiro.

Uma das sugestões dos manifestantes é que o público boicote a Copa das Confederações e vaie a seleção brasileira durante o torneio.

PROTESTOS

Protestos contra o aumento das tarifas de transporte público têm mobilizado o país. Os manifestantes dizem que a ação não é apenas contra o aumento, mas também contra a corrupção do país e contra os gastos para a Copa.

Na capital paulista, os protestos têm sido organizados pelo MPL-SP (Movimento Passe Livre - São Paulo). Os reajustes nas passagens de ônibus, trens e metrô na cidade entraram em vigor no dia 1º de junho, passando de R$ 3,00, para R$ 3,20.

No início do mês, manifestantes pararam vias importantes da cidade em pleno horário de pico. Na noite do dia 6, o protesto na avenida Paulista terminou em confronto com a polícia e acusações de vandalismo e violência por parte de alguns integrantes da passeata. O Metrô de São Paulo estimou em R$ 73 mil os prejuízos no primeiro dia, sendo R$ 68 mil em vidros quebrados e R$ 5.000 com luminárias danificadas.

No dia seguinte, ocorreram longas paralisações na avenida Brigadeiro Faria Lima e na marginal Pinheiros.

Já foram organizadas seis passeatas nos dias 6, 7, 11, 13, 17 e 18. Os dois últimos reuniram cerca de 65 mil e 50 mil pessoas, respectivamente, segundo o Datafolha.


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