Folha de S. Paulo


Polícia bloqueia marcha de professores rumo ao Mineirão

Um grupo de aproximadamente 350 professores da rede estadual de Minas Gerais foi barrado pela Polícia Militar enquanto tenta marchar em direção ao estádio do Mineirão na tarde desta segunda-feira.

A categoria, que reivindica o pagamento do piso salarial nacional da educação, pretendia chegar à arena para protestar contra os gastos com a realização de grandes eventos esportivos.

A cidade sedia, nesta tarde, o jogo entre Taiti e Nigéria, pela Copa das Confederações. O Mineirão não é um palco tradicional de manifestações em Belo Horizonte.

A presidente Dilma Rousseff e o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), são os principais alvos do protesto.

O professor de matemática André Luís da Silva exibia uma cópia ampliada de seu contracheque mostrando o salário líquido de R$ 1.296,03, recebido em maio deste ano.

"Oh, Dilma, que papelão. Tem dinheiro para a Copa, mas não tem para a educação", era um dos refrões entoados pelos manifestantes. Em faixas, reclamavam também do governo estadual, a quem acusavam de não cumprir acordos.

A passeata saiu da igreja de São Francisco --localizada no bairro da Pampulha-- tendo à frente deputados estaduais e vereadores do PT.

Cerca de 400 metros após o início da marcha, a cerca de 1 km do Mineirão, o grupo foi barrado por policiais do Batalhão de Choque e da cavalaria.

Parte dos professores carregavam flores brancas e gritavam "Sem violência!". Não houve confronto até o momento.

Os professores haviam prometido que dariam um "abraço" simbólico do Mineirão na hora do jogo desta segunda, ao lado de policiais civis, que também estão em greve. Os policiais, porém, não apareceram hoje.

Após o anúncio da manifestação, a Justiça de Minas havia proibido na semana passada protestos que atrapalhassem o trânsito e bloqueassem qualquer via no Estado.

No último final de semana, já com a decisão em vigor, manifestantes marcharam pelas ruas da região centro-sul da capital mineira, mas não foram dispersados pela Polícia Militar. Hoje, o mesmo ocorreu com a marcha dos professores e com outro protesto que começou no centro da cidade, apenas observados pela PM.

OUTRA MARCHA

Além dos professores, outro grupo de manifestantes marchou até as proximidades do Mineirão na tarde desta segunda-feira.

Entre 10 mil e 20 mil pessoas, entre estudantes e integrantes de movimentos sociais, deixaram o centro de Belo Horizonte no início da tarde em direção ao estádio. A estimativa é de que eles chegassem ao local depois das 16h.


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