Folha de S. Paulo


Bellucci muda comando de sua carreira para ressurgir no tênis

Diego Padgurschi/Folhapress
Belucci enfrenta Rafael Nadal durante a Olimpíada de 2016, no Rio
Belucci enfrenta Rafael Nadal durante a Olimpíada de 2016, no Rio

Depois de um 2017 abaixo do esperado, Thomaz Belluci, 29, radicalizou.

Em busca de ressurreição, mudou todo o comando de sua carreira para a próximo temporada.

O paulista, que obteve o melhor ranking entre brasileiros após a era Gustavo Kuerten (foi 21º do mundo em 2010) trocou os responsáveis por gerir sua carreira, equipe de apoio e assessoria de comunicação.

A pretensão é recuperar uma boa fase que teimou em lhe escapar neste ano: ele obteve 14 vitórias e 20 reveses em campeonatos da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).

Atualmente em 113º lugar no ranking, Bellucci é o segundo melhor colocado do país –atrás de Rogério Dutra Silva (101º)– e não entrou em quadra desde o final de agosto, quando caiu na primeira do Aberto dos EUA diante do alemão Dustin Brown.

Além da mudança profissional, 2018 também deve ensejar alteração na rotina pessoal. Ele deve adotar a cidade de Bradenton, na Flórida (EUA), como base de treinamento.

O preparador físico Cassiano Costa, que reside no Estado americano há anos, vai se encarregar da recuperação. Há meses Bellucci convive com lesão no tendão calcâneo do pé esquerdo, que o tirou de torneios na Ásia neste ano.

A prioridade de Costa e de André Sá, que assumiu em definitivo a posição de treinador de Bellucci, é devolver-lhe a confiança.

"Eu não diria que o Thomaz está desmotivado, mas preocupado. Ele não estava tendo uma boa temporada no aspecto físico", afirmou Costa, que trabalhara com Bellucci antes. "Ele vai pôr todas as fichas para ter os melhores anos da carreira. O objetivo é marchar alto no ranking", complementou.

Bellucci iniciou a temporada na 61ª posição no ranking, após um 2016 em que chegou a figurar momentaneamente entre os 40 melhores do mundo.

A expectativa de outro bom ano não se confirmou. Em dado período, acumulou seis derrotas seguidas.

O melhor momento veio em abril, ao ser vice-campeão do ATP 250 de Houston ao perder para o americano Steve Johnson.

Na metade do ano, decidiu que era hora de começar a fazer mudanças. "O Thomaz está mais maduro. O casamento fez muito bem e isso é fundamental para ele estar tranquilo e se concentrar no tênis", disse Costa, que também trabalha com a porto-riquenha Monica Puig, ouro nos Jogos do Rio-2016.

"Por outro lado, ele é sensível e acata as críticas, que muitas vezes são injustas. Eu e o André Sá seremos como irmãos mais velhos, que vão dar os ombros para acolher as dificuldades dele", concluiu.


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