Folha de S. Paulo


Técnico do Boca vê Palmeiras como um dos favoritos na Libertadores

Marcos Brindicci - 5.nov.2017/Reuters
Guillermo Barros Schelotto, técnico do Boca Juniors, comemora gol da equipe

Como atacante, Guillermo Barros Schelotto, 44, tinha estilo de Libertadores. Atacante de garra e que crescia em partidas decisivas, conquistou o torneio três vezes com o Boca Juniors (2000, 2001 e 2003), duas delas derrotando brasileiros na decisão. Em 2000, ajudou a equipe argentina a passar pelo Palmeiras nos pênaltis. Fez uma das cobranças e acertou. Três anos depois, foi campeão superando o Santos.

Agora, Schelotto tentará ser campeão também como técnico. Para isso, terá de passar novamente pelo Palmeiras. A as duas equipes estão no Grupo 8 da Libertadores. O Alianza Lima, do Peru, também está na chave. O quarto time do grupo ainda será definido na fase preliminar.

À Folha, o técnico do líder argentino coloca o Palmeiras como um dos principais favoritos ao título (assim como o Boca) e diz que seria inesquecível disputar outra final contra um time brasileiro.

"Você tem de competir contra as melhores equipes", afirma.

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Folha - Como será enfrentar o Palmeiras na primeira fase da Libertadores da América?
Guillermo Schelotto - O Palmeiras foi a equipe brasileira contra a qual mais tive confrontos marcantes na minha carreira de jogador. E contra a qual tivemos bons resultados para o Boca Juniors. Enfrentá-los na fase de grupos não terá o mesmo peso dos confrontos de 2000 [na final] ou 2001 [na semifinal], mas será interessante porque poderemos jogar cedo contra uma das equipes que creio estar entre as mais fortes da Libertadores. O Palmeiras é um dos favoritos ao título.

Esperava cair em um grupo mais fraco?
Já sabíamos que seria um grupo forte. Antes, quando você entrava na Libertadores, sabia que teria um caminho tranquilo na fase de grupos. Isso mudou.

A quantidade de clubes envolvidos cresceu em relação ao período em que você era jogador. O torneio melhorou?
É o mesmo. São mais jogos, mas a essência do torneio não mudou. Continua sendo o objetivo número um de todos os times que participam dele.

Você citou o Palmeiras como um dos favoritos ao título, mas o Boca também o é e o presidente Daniel Angelici disse que sua equipe entra com a obrigação de vencer...
Um time como o o Boca Juniors não entra na Libertadores sem aspirações [ao título]. Entra com a obrigação de ganhar. Sabemos quais os passos a dar para isso. Mas no caminho você encontra dez equipes que também podem sonhar com o mesmo objetivo. Na fase de grupos já vamos nos encontrar com o Palmeiras, que é uma delas.

Além de Palmeiras e Boca, quais são os outros favoritos?
Corinthians, River [Plate], Independiente, Grêmio e Atlético Nacional são alguns times que também têm os mesmos objetivos do Boca. E só um vai ter sucesso. Libertadores é força mental também para superar os momentos difíceis. As equipes das quais participei e que foram campeãs tiveram isso. É o que espero que meus jogadores tenham no próximo ano. Sonho em ser campeão da Libertadores como técnico. Sonhei em vencer como jogador e consegui.

O que sabe dos times brasileiros que estão no torneio?
Conhecemos porque fizemos observações. O Palmeiras e o Corinthians são os dois últimos campeões [nacionais] e têm times muito competitivos, com valores individuais que podem fazer a diferença. O Flamengo tem a base que chegou à final da Sul-Americana [perdeu para o Independiente(ARG)] Temos que ver como vão se reforçar.
Há o Grêmio, que é o atual campeão da Libertadores e tem um grande treinador. Essas são as equipes brasileiras mais fortes que estarão no nosso caminho.

Jorge Araújo - 21.jun.2000/Folhapress
Os jogadores do Palmeiras lamentam enquanto os argentinos do Boca Juniors comemoram vitória na Libertadores de 2000

Na sua opinião, uma final entre brasileiros e argentinos é o ponto mais alto que a Libertadores pode atingir?
Dentro de campo, é lindo. Jogar contra equipes brasileiras na Libertadores é uma grande experiência. Seria uma experiência inesquecível disputar mais uma final contra um brasileiro. Eu gosto de jogar contra os brasileiros. Você tem sempre de competir contra as melhores equipes.

É bem possível que em 2019 a final da Libertadores da América seja em apenas uma partida. É a favor dessa mudança?
A vantagem de uma final em jogo único seria acabar com as especulações sobre arbitragem e problemas extracampo na partida de volta. Isso sempre acontece na Copa Libertadores. Seria bom [final em um jogo], mas não sei se é viável. Não só para as equipes, mas também para os torcedores. Na América do Sul não há as mesmas facilidades de locomoção entre um país e outro que há na Europa.

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SORTEIO DA LIBERTADORES-2018
Cerimônia ocorreu nesta quarta (20)

Fase 1
22 e 26 de janeiro
Serão confrontos eliminatórios, em ida e volta

Fases 2 e 3
31 de janeiro a 21 de fevereiro
As 16 equipes se enfrentam em duas fases de confrontos eliminatórios para definir as quatro classificadas para a fase de grupos

Fase de grupos
28 de fevereiro a 23 de maio
Os dois primeiros de cada grupo vão para as oitavas de final. Os primeiros colocados enfrentarão os segundos, em confrontos determinados por sorteio
GRUPO 1
Grêmio
Cerro Porteño (PAR)
Defensor (URU)
Monagas (VEN)

GRUPO 2
Atlético Nacional (COL)
Bolívar (BOL)
Colo Colo (CHI)
Delfin Sport (EQU)

GRUPO 3
Peñarol (URU)
Libertad (PAR)
The Strongest (BOL)
Atlético Tucumán (ARG)

GRUPO 4
River Plate (ARG)
Emelec (EQU)
Flamengo
Ganhador 1

GRUPO 5
Cruzeiro
Universidad de Chile (CHI)
Racing (ARG)
Ganhador 3

GRUPO 6
Santos
Estudiantes (ARG)
Real Garcilaso (PER)
Ganhador 2

GRUPO 7
Corinthians
Independiente (ARG)
Millonarios (COL)
Deportivo Lara (VEN)

GRUPO 8
Boca Juniors (ARG)
Palmeiras
Alianza Lima (PER)
Ganhador 4

Fase final


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