Folha de S. Paulo


Medina cai nas quartas e título do Mundial de surfe fica com havaiano

Damien Poullenot/WSL/Divulgação
Medina pega tubo na quarta rodada da etapa de Pipeline do Mundial de surfe
Medina pega tubo na quarta rodada da etapa de Pipeline do Mundial de surfe

O brasileiro Gabriel Medina foi eliminado nesta segunda-feira (18) nas quartas de final da etapa de Pipeline do Mundial de Surfe e perdeu a chance de conquistar seu segundo título mundial. Ele termina o campeonato na segunda posição.

Com a queda do brasileiro, campeão mundial em 2014, o troféu da temporada fica pelo segundo ano consecutivo com o havaiano John John Florence, que começou a etapa em primeiro lugar no ranking mundial.

Desde o início da etapa, Medina mostrava dificuldade nas ondas do Havaí. Em sua bateria inicial, o brasileiro ficou atrás de Miguel Pupo e Benji Brand e teve de disputar a repescagem contra o havaiano Dusty Payne.

A vitória na segunda rodada manteve o surfista paulistano vivo na briga pelo título. Uma nova vitória, agora sobre o australiano Josh Kerr, levou Medina para a quarta rodada.

O brasileiro entrou na água nesta segunda-feira pela primeira vez para enfrentar o também brasileiro Italo Ferreira e o francês Jeremy Flores. Com nota total 12,1, Medina ficou atrás do surfista francês, que recebeu 15,37 dos juízes. Medina novamente foi para a repescagem. Enquanto isso, Florence passava sem dificuldade por seus adversários e se classificou diretamente para as quartas de final.

Precisando vencer para continuar vivo na briga pelo título, o brasileiro enfrentou na repescagem o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater. Nas duas primeiras ondas que pegou, conseguiu boas notas e saiu da água classificado com 17,97 contra 9,16 do americano.

Já nas quartas, Medina viu Florence passar com tranquilidade pelo australiano Julian Wilson (17,6 a 6,64) antes de entrar na água para enfrentar seu algoz na quarta rodada, Jeremy Flores.

O francês abriu vantagem logo no início. Após duas boas ondas, chegou à metade da bateria com a somatória de 11,83. Medina, no entanto, só conseguiu uma boa nota, com 4,77 na primeira onda que pegou. Precisando de no mínimo um 7,07 para passar Flores, Medina aguardou uma onda que possibilitasse uma nota alta.

Mas quem conseguiu melhorar sua nota foi Flores, que recebeu uma nota 5,43 com um tubo faltando 4 minutos para o fim da bateria, aumentando para 7,99 sua vantagem. Faltando um minuto para o fim, Medina ainda buscou a nota que precisava no desespero, mas não foi o suficiente e acabou sendo eliminado por 12,76 a 6,04.

Quando a buzina do palanque anunciou o final da bateria a praia comemorou o segundo título mundial de John John Florence. O primeiro em casa, no North Shore da ilha de Oahu, Hawaii. Seu outro título foi conquistado antecipadamente em Portugal.

Minutos depois de comemorar na vizinhança com a família e amigos uniformizados, John John voltou para água para enfrentar o brasileiro Ian Gouveia na semifinal. A disputa foi apertada e o havaiano ganhou nos minutos finais por 12,56 contra 12,33. Com esse resultado, Florence garantiria o título mundial mesmo se Medina tivesse avançado na competição e conquistasse o troféu da etapa de Pipeline.

Na outra bateria semifinal Jeremy Flores, também eliminou Kanoa Igarashi por 12,20 contra 11,33 e foi direto para a final contra John John.

Com a torcida já empunhando flâmulas de campeão mundial, o havaiano saiu da água sem o troféu da etapa. Com boas notas em suas duas últimas ondas, Jeremy Flores venceu a bateria final de virada, por 16,23 a 16,16.

Ao mesmo tempo, Medina era abraçado pela torcida brasileira no Havaí, que até o final contestou notas recebidas pelo havaiano na terceira etapa. Antes da premiação o brasileiro voltou para o mar e foi surfar em Off The Wall, logo ao lado de Pipeline.

"Agora é treinar para o ano que vem. Vou voltar cada vez mais forte e incomodar cada vez mais", disse.


Endereço da página:

Links no texto: