O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, vai passar o final de ano preparando a sua defesa. Ele terá até 3 de janeiro para entregar as alegações à Câmara de Arbitragem do Comitê de Ética da Fifa.
Na sexta (15), a CBF recebeu a denúncia contra o cartola, banido por 90 dias. O documento tem mais de mil páginas e é praticamente baseado na investigação do FBI.
O prazo dado pela Fifa foi considerado curto por Del Nero, que vai tentar prorrogá-lo. Ele é acusado nos EUA de receber propina em troca da venda de direitos de torneios no Brasil e no exterior.
O Comitê de Ética usa na acusação contra o cartola uma série de depoimentos de delatores na Justiça dos EUA.
José Maria Marin, antecessor de Del Nero na CBF, é julgado nos EUA por extorsão, fraude financeira e lavagem de dinheiro. O presidente afastado é acusado pelos promotores norte-americanos dos mesmos crimes.
Segundo a Fifa, a suspensão provisória de Del Nero poderá ser prorrogada por mais 45 dias.
A punição provisória aplicada a Del Nero pode ser dada quando há indícios de violação do código de ética e "decisão definitiva sobre o caso pode não ser tomada suficientemente cedo" ou para prevenir que a pessoa acusada interfira em investigação em andamento no comitê.
Del Nero já decidiu que vai recorrer até a última instância para continuar no cargo. Se o banimento for confirmado no julgamento do início do ano, que ainda não tem data marcada, o cartola pode ir ao Comitê de Apelação da Fifa.
Caso perca novamente, entrará com recurso no CAS (Comitê Arbitral do Esporte).
Del Nero não viajará para a Suíça, onde o caso será julgado. Desde maio de 2015, quando o FBI prendeu uma série de cartolas em Zurique, o presidente afastada CBF nunca mais deixou o Brasil. Ele teme ser preso.