Folha de S. Paulo


Del Nero usa o fim de ano para preparar defesa que apresentará à Fifa

Ueslei Marcelino - 16.dez.2015/Reuters
Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, após seu nome ser incluso em lista de investigados por suspeita de corrupção na Copa do Mundo de 2014
Marco Polo Del Nero depõe em Brasília sobre os gastos da Copa do Mundo de 2014

O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, vai passar o final de ano preparando a sua defesa. Ele terá até 3 de janeiro para entregar as alegações à Câmara de Arbitragem do Comitê de Ética da Fifa.

Na sexta (15), a CBF recebeu a denúncia contra o cartola, banido por 90 dias. O documento tem mais de mil páginas e é praticamente baseado na investigação do FBI.

O prazo dado pela Fifa foi considerado curto por Del Nero, que vai tentar prorrogá-lo. Ele é acusado nos EUA de receber propina em troca da venda de direitos de torneios no Brasil e no exterior.

O Comitê de Ética usa na acusação contra o cartola uma série de depoimentos de delatores na Justiça dos EUA.

José Maria Marin, antecessor de Del Nero na CBF, é julgado nos EUA por extorsão, fraude financeira e lavagem de dinheiro. O presidente afastado é acusado pelos promotores norte-americanos dos mesmos crimes.

Segundo a Fifa, a suspensão provisória de Del Nero poderá ser prorrogada por mais 45 dias.

A punição provisória aplicada a Del Nero pode ser dada quando há indícios de violação do código de ética e "decisão definitiva sobre o caso pode não ser tomada suficientemente cedo" ou para prevenir que a pessoa acusada interfira em investigação em andamento no comitê.

Del Nero já decidiu que vai recorrer até a última instância para continuar no cargo. Se o banimento for confirmado no julgamento do início do ano, que ainda não tem data marcada, o cartola pode ir ao Comitê de Apelação da Fifa.

Caso perca novamente, entrará com recurso no CAS (Comitê Arbitral do Esporte).

Del Nero não viajará para a Suíça, onde o caso será julgado. Desde maio de 2015, quando o FBI prendeu uma série de cartolas em Zurique, o presidente afastada CBF nunca mais deixou o Brasil. Ele teme ser preso.


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