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Corinthians confirma acordo e volta a pagar Itaquerão após 1 ano e meio

Ernesto Rodrigues/Folhapress
Corinthians não pagava o Itaquerão desde 2016
Corinthians não pagava o Itaquerão desde 2016

Interrompido em março de 2016, o pagamento integral das parcelas da Arena Corinthians foi recentemente retomado. A informação, confirmada de maneira oficial pelo clube, é consequência de um novo acordo para o parcelamento do estádio firmado com a Caixa Econômica Federal.

Segundo Emerson Piovezan, diretor financeiro, quatro parcelas desse novo acordo referente ao financiamento já foram pagas pela Arena Corinthians ao banco nos últimos meses. Esse pagamento foi feito de uma só vez para saldar parcelas pendentes e reiniciar o pagamento.

Em entrevista recente ao UOL, publicada em 24 de novembro, o dirigente havia dito que o parcelamento ainda seria retomado em 2017. Entretanto, como confirmou agora, já havia sido reiniciado.

Até março do ano passado, quando paralisou os pagamentos, a Arena Corinthians tinha quitado um total de oito parcelas de R$ 5,6 milhões cada. Essa pausa foi uma concessão do banco enquanto as partes discutiam um novo formato de acordo. Nesse período, porém, a Arena foi autorizada a desembolsar somente os valores referentes aos juros do financiamento.

Agora, após a retomada dos pagamentos, o Corinthians pagará um valor menor e fechado, incluindo juros e amortização da dívida. Para financiar parte da construção da Arena, o Corinthians assumiu com o BNDES um empréstimo de valor original de R$ 400 milhões, com pagamentos previstos até 2028. A Caixa, em conversas anteriores, se negou a esticar o prazo final.

A ideia do Corinthians, por sua vez, passou a ser a de deixar parcelas maiores para os últimos anos desse pagamento. Dessa forma, as parcelas mais baratas seriam pagas até aproximadamente 2020. Depois, iria a um patamar maior, com término em 2028 - a manutenção do prazo foi visto com bons olhos pelo clube, pois assim não haverá mais incidência de juros.

A Arena Corinthians foi orçada inicialmente em R$ 820 milhões. No início de 2014, o valor pulou para R$ 985 milhões. A dívida corintiana em relação à Arena atinge R$ 1,79 bilhão.

A dívida é composta pelos repasses à Caixa, mais R$ 631 milhões em debêntures, R$ 39 milhões em garantias da Odebrecht e R$ 346 milhões diretamente com a construtora. Os juros, no valor de R$ 285 milhões, completam a conta. Esses números foram mostrados aos conselheiros corintianos em setembro passado.

O clube ainda pode usar os CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) para abater a dívida. O valor total é de R$ 420 milhões, mas até março passado tinham sido negociados apenas R$ 42,5 milhões. A maioria foi comprada por consórcios com a participação da Odebrecht.


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