Folha de S. Paulo


Em Pipeline, Gabriel Medina supera lesão e briga por 2º título mundial

Damien Poullenot/WSL - 25.out.2017
25.10.2017, Gabriel Medina do Brasil depois de vencer o MEO Rip Curl Pro Portugal pela segunda vez em sua carreira na Supertubos, Peniche, Portugal. Medina venceu Julian Wilson da Austrália na final.Photo / Damien Poullenot / WSL DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM
Gabriel Medina depois de vencer o MEO Rip Curl Pro Portugal pela segunda vez em sua carreira

Após superar rivais e uma lesão durante atual temporada, Gabriel Medina, 23, tenta algo inédito. Primeiro brasileiro a vencer o Mundial de surfe, o paulista busca agora ser o único do país a levar o troféu duas vezes.

Ele não depende só de si. Segundo do ranking, com 50.250 pontos, ele disputa a partir desta sexta (8) a última etapa do campeonato, na bancada de Pipeline, ao norte da ilha havaiana de Oahu.

Para conseguir o bi, Medina precisa torcer contra um rival que conhece bem as ondas do local: o havaiano John John Florence, campeão mundial em 2016 e líder da atual temporada, com 53.350 pontos.

O havaiano leva o título se chegar à bateria final. Se for eliminado nas primeiras rodadas, o brasileiro pode ser campeão até com um quinto lugar. O sul-africano Jordy Smith e o australiano Julian Wilson também têm chance.

MUNDIAL DE SURFEQuem ainda tem chance de ser campeão

Após um início com resultados ruins, Medina voltou a brigar pelo título com vitórias nas etapas da França e de Portugal, disputadas em outubro. Resultados que comprovaram sua superação no ano.

No dia 20 de março, na etapa de abertura do Circuito Mundial, em Gold Coast, na Austrália, Medina teve uma lesão no ligamento colateral medial do joelho direito.

O caso não precisou de intervenção cirúrgica, mas, enquanto fazia fisioterapia, o atleta, que é conhecido pelo bom preparo físico, acumulou uma série de resultados decepcionantes. Nas etapas seguintes, não chegou sequer
às quartas de final. Foi 25º em Margaret River, 13º em Bells Beach e Fiji, e nono no Rio.

Foi só na sexta das 11 etapas do Mundial que Medina deu sinais de que estava recuperado da lesão. Em Jeffreys Bay, na África do Sul, o brasileiro ficou em terceiro.

Depois disso, foi vice-campeão em Teahupo'o, no Taiti. Não foi bem em Trestles, na Califórnia, com um 13º lugar, mas se recuperou com as duas vitórias na Europa.

"O que aconteceu na Austrália prejudicou o início da temporada do Gabriel, mas ele já está totalmente recuperado. Foi uma lesão que limitou o gesto esportivo, exigiu oito semanas de repouso, gelo e fisioterapia. Ele ficou seguro para cumprir os treinos só depois da etapa do Rio [em maio]", diz o médico Marcelo Baboghluian, do Instituto Mar Azul, que cuidou do atleta.

Para a etapa havaiana, conhecida pelas ondas tubulares perfeitas e rápidas, o médico indicou reforço muscular para estabilizar as articulações. Treinos foram montados para que houvesse aumento da intensidade e diminuição do volume de exercícios, que vão durar menos tempo, ter menos repetições e menos intervalos. A ideia é aumentar a sobrecarga muscular.

"Se você reparar, não apenas o Gabriel mas vários dos atletas do circuito começaram o ano mais leves para ajudar na execução de manobras. Agora, para encarar o Havaí, ele termina forte para segurar a prancha", diz.

NA INTERNET
A etapa de Pipeline, às 15h30, pode ser vista em três endereços eletrônicos: worldsurfleague.com, Facebook e SporTV.com


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