Folha de S. Paulo


'Foi boa defesa', diz Gordon Banks ao ver lance de Marcelo Grohe, do Grêmio

Pavel Golovkin/Associated Press
Draw assistant and former England goalkeeper Gordon Banks walks on the stage for a photo call in the State Kremlin Palace in Moscow, Russia, Thursday, Nov. 30, 2017. The Final Draw for the 2018 soccer World Cup in Russia will take place on Dec. 1 in the State Kremlin Palace in Moscow. (AP Photo/Pavel Golovkin) ORG XMIT: XPAG122
O ex-goleiro Gordon Banks no teatro do Kremlin onde ocorrerá o sorteiro dos grupos da Copa-2018

Ao espalmar na semifinal da Libertadores o chute à queima-roupa de Ariel, do Barcelona (EQU), Marcelo Grohe, do Grêmio, foi comparado a Gordon Banks.

O jornal britânico "The Sun" a chamou de maior defesa de todos os tempos. O goleiro inglês, a pedido de sites brasileiros, viu a jogada nesta quinta (30), no Palácio do Kremlin, em Moscou.

Banks é autor do mais famoso lance de um goleiro na história do futebol, ao rebater cabeçada de Pelé no confronto entre Brasil e Inglaterra, na Copa de 1970.

"Foi uma boa defesa [de Grohe]. Ele bloqueou a bola muito bem. Cobriu tanto espaço quanto fosse possível e em um chute que foi de muito perto", elogiou.

Campeão mundial de 1966, ele será um dos assistentes do sorteio dos grupos para a Copa do Mundo, que vai acontecer nesta sexta (1), em Moscou.

A defesa na cabeçada de Pelé é o assunto sobre o qual Banks mais é perguntado, mesmo após 47 anos. Em 1970, a Inglaterra perdeu para a Alemanha nas quartas de final. Com problemas estomacais, o goleiro não jogou.

"O jogador desta posição tem de estar pronto para o que vier no seu caminho, cabeçada ou chute. Você tem de estar pronto e fazer o melhor para que a bola não entre", completo.

Banks considera que é mais difícil ser hoje em dia do que foi em sua época. Ele atuou como profissional de 1958 a 1977. As características dos goleiros mudaram e a bola também.

"Seria mais difícil para mim jogar hoje em dia porque a bola é tão leve Quando você vê, como goleiro, a bola vindo, ela pode vir para um lado e de repente vai para o outro. Ou parece que vai para fora, faz uma curva e entra no ângulo", completa.

Nem todas as mudanças no desempenho do goleiro e como são avaliados agradam a Banks. Ele considera sem sentido que os atletas da posição sejam vistos muitas vezes como jogadores de linha e tenham de sair jogando com passes curtos mesmo se tiveram adversários por perto.

"Eu fico assustado com isso. O goleiro tem tempo para mandar a bola para frente, lá para o ataque e comete erros estúpidos, deixando o atacante em condições de fazer o gol. Eu acho que é estúpido", finaliza o histórico goleiro.


Endereço da página: