Folha de S. Paulo


TV mostra elo e aponta e ex-senador venezuelano como dono da LaMia

Os ex-senador venezuelano Ricardo Albacete e sua filha, Loredana, podem ser os verdadeiros donos da LaMia, companhia aérea que transportava o time da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana de 2016, na Colômbia.

Em seu site, a ESPN mostra e-mails trocados entre Ricardo e o piloto boliviano e sócio da companhia Miguel Quiroga Murakamy, morto na queda da aeronave em 29 de novembro do ano passado.

Neles, os dois falam sobre pagamentos a serem feitos a funcionários e também quantias referentes a fretamentos da equipe Sol de América (PAR) e da própria Chapecoense.

"Senhor Ricardo, boa tarde. Te escrevo para saber se vai poder nos depositar os salários de Marco [Antonio Benegas, outro sócio da companhia] e de minha pessoa. Já que estamos em uma situação crítica economicamente", escreveu o piloto.

"Se entra o dinheiro do Sol de América, o General deve proceder em consequência", respondeu o empresário.

O "General", é Gustavo Vargas Gamboa, então diretor-geral da LaMia e General aposentado da Força Aérea boliviana. Ele é o único que foi preso até o momento pelas autoridades.

Ricardo cobra explicações de Quiroga sobre a quantidade de voos realizados com sua aeronave e não informados.

"Estimados Marco e Miguel, me estranha que vocês nem sequer informem para onde voam, com quem voam, a que custo, etc, etc. Vemos o avião voando de Buenos Aires a Assunção, logo volta a Buenos Aires, logo Assunção, logo VVI, logo a Santa Cruz aeroporto e agora voando ao Norte. Agradecemos, nos informem", escreveu Ricardo.

O que chama atenção é a conversa que aconteceu na semana da tragédia com a Chapecoense, que enfrentaria o Atlético Nacional, em Medellín.

"Senhor Ricardo, bom dia, lhe escrevo para informar que fechamos um voo com a Chapecoense. Pela soma de US$ 130 mil. Brasil deu autorização tarde, e o que fiz foi tomar a decisão de contratar Boa até Santa Cruz nos custando (borrão) algo de dólares. Estou decolando de CBBA a Santa Cruz neste momento. E dali até Medellín. Mil desculpa por não informá-lo. Não voltará a acontecer", escreveu o piloto no dia 28 de novembro, data da partida do voo.

"P.S.: chegando a Medellín se Deus quiser vamos fechar com Nacional para a volta", encerrou Quiroga.

No dia 29 pela manhã, quando já era sabida a queda do avião, Ricardo Loredana respondeu com ironia.

"Deus não quis, Miguel!", escreveu Ricardo.

Riacrdo e Loredana podem ser intimados a depor pelo Ministério Público da Bolívia que pediu para estender em seis meses a investigação do caso.


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