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Uso do Pacaembu é tema central de eleição presidencial no Santos

Adriana Spaca/Brazil Photo Press/Folhapress
SÃO PAULO, SP, 23.07.2017 -SANTOS-BAHIA - Bruno Henrique do Santos comemora gol durante partida contra o Bahia pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro 2017, no estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, na manhã deste domingo, 23. (Foto: Adriana Spaca/Brazil Photo Press/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
Bruno Henrique comemora gol contra o Bahia, em julho, no Pacaembu

O secretário de Esporte e Lazer de São Paulo, Jorge Damião, recebeu o candidato a presidente do Santos, Nabil Kaznadar, na última terça-feira (7). Dele, ouviu a promessa de que, se for eleito em dezembro, vai alugar o Pacaembu para os jogos da equipe a partir de 2018.

"O estádio está à disposição, como já esteve para o Corinthians, que reservou todas as datas em 2011 e 2012. Estamos abertos para qualquer clube interessado", disse o secretário para a Folha.

Ele afirma que o Pacaembu está livre, ao menos que seja concedido no PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), processo de concessão em andamento.

No dia seguinte à audiência com Kaznadar, o presidente e candidato à reeleição, Modesto Roma Júnior, viajou a Brasília. Foi fazer pressão pela cessão de um terreno da União, em Santos, para a construção de um novo estádio para o clube.

Com os baixos públicos da Vila Belmiro em 2017, o local em que a equipe vai atuar nos próximos anos se tornou tema das campanhas dos quatro candidatos a comandar o clube entre 2018 e 2020. A utilização ou não do Pacaembu é um ponto central. Os três presidenciáveis da oposição defendem que o estádio da capital seja mais utilizado.

"Quando eu estive com o Modesto Roma, sugeri que o Santos participasse do PMI do Pacaembu. Mas ele não teve interesse. Prefere a construção de um novo estádio", afirmou Jorge Damião.

Os oposicionistas querem que o Santos jogue na capital muito mais do que o fez em 2017. Pelo menos 50% dos jogos. "A torcida do Santos em São Paulo, que é grande, merece ver mais a equipe. É onde temos melhores rendas. Não apenas em São Paulo, também em outras praças. Mas preferencialmente em São Paulo", defende Andres Rueda, também candidato.

"O Santos é gigante em qualquer lugar de São Paulo e do Brasil e a ideia de mandar 50% dos jogos no Pacaembu não é apenas rentável, conforme já ficou provado, mas também atende a demanda cada vez maior dos torcedores da capital. A ordem do mando será feita com base em estudos. Não vejo problemas em ter duas casas para jogar, muito pelo contrário", concorda José Carlos Peres, segundo colocado na última eleição e que tenta novamente a presidência.

DIFERENÇA

No atual Campeonato Brasileiro, dos 17 jogos que teve mando, em 6 o Santos atuou no Pacaembu. Nos outros 11, jogou na Vila Belmiro.

O clube tem melhores públicos e rendas na capital. Nas seis partidas do Brasileiro em que jogou no Pacaembu, arrecadou R$ 4.110.120, média de R$ 685.020 por partida. Nas 11 rodadas na Vila Belmiro, obteve R$ 3.010.490, média de R$ 273.680,90.

No Pacaembu, o público total foi de 135.998. Na Baixada Santista, apesar dos cinco jogos a mais, 86.814 compareceram à Vila Belmiro.

Aliados de Modesto Roma Júnior afirmam que o público foi bom nos jogos em São Paulo porque esses foram escolhidos a dedo. E que nas últimas décadas, jamais o Santos foi tão presente no Pacaembu quanto durante a atual administração.

Jorge Damião não vê problemas em alugar apenas o estádio para os clubes e deixar fora do negócio o complexo poliesportivo que também funciona no local, mas considera inviável fazer um contrato fixo por um longo período. A intenção da Prefeitura é fazer a concessão para a iniciativa privada ou qualquer clube que esteja interessado.

Nabil Kaznadar disse desejar fechar um acordo por três anos, o que a secretaria de Esportes não crê ser possível, a não ser que o Santos assuma a concessão do estádio de forma integral.


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