Folha de S. Paulo


Novo presidente do COB, Wanderley quer ir à Suiça dialogar com COI

Adrinano Vizoni/Folhapress
SÃO PAULO, SP, 05.03.2010: COPA DO MUNDO DE JUDÔ - Presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley Teixeira. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab anunciou nesta sexta-feira (5/3), na sede da Prefeitura, Edifício Matarazzo, no Viaduto do Chá, que a cidade de São Paulo será a sede da Copa do Mundo de Judô. O evento esportivo faz parte do Circuito Mundial, que conta com outras 26 competições. O prefeito recebeu uma placa comemorativa do Presidente da Federação Internacional de Judô, Marius Vizer, e foi presenteado com um quimono pelo Presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley Teixeira. Presente no evento o secretário municipal de Esportes de São Paulo, Walter Feldman e o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman. (Foto: Adrinano Vizoni/Folha Imagem)
O presidente do COB, Paulo Wanderley, em evento

Empossado presidente do COB até 2020, Paulo Wanderley, 67, começará a partir da próxima segunda-feira (16) um périplo para ganhar poder político e aliados.

Ele também tem interesse de ir a Lausanne (Suíça) para um encontro com diretores do COI (Comitê Olímpico Internacional). O novo presidente tentará arregimentar o máximo de aliados para ter mais governabilidade.

"Irei, se chamado. Tenho interesse e estou em contato constante", afirmou.

No início da semana, ele receberá entidades como a ONG Atletas pelo Brasil, liderada por ex-esportistas como Ana Moser, Raí e Lars Grael.

Durante a entrevista coletiva na sede do comitê, nesta quarta, no Rio, Wanderley disse que chamará a organização para participar das reformas que pretende implementar dentro da entidade.

Além disso, ele sabe que terá sua gestão analisada com lupa por entidades e presidentes de confederação que vão auxiliá-lo na reestruturação do comitê ao longo dos próximos meses.

Wanderley também deve ter encontro na próxima semana com o ministro Leonardo Picciani (Esporte) ou o secretário de alto rendimento da pasta, o ex-judoca Rogério Sampaio, campeão olímpico nos Jogos de Barcelona.

A pasta convocou a cúpula do COB –no caso Wanderlei–, para dar esclarecimentos sobre a suspensão imposta pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), que congelou repasses para o comitê brasileiro e só liberá-los mediante reformas de governança.

Sampaio e o novo presidente do COB são próximos. Wanderley, ele mesmo um ex-judoca que presidiu a confederação brasileira da modalidade por 16 anos, era o treinador da seleção brasileira masculina naquela Olimpíada na Espanha em 1992.

Depois de deixar os tatames, como atleta ou técnico, Wanderley rumou para a cartolagem. Em 2001, ele substituiu Joaquim Mamede, que protagonizou polêmicas, no comando da confederação.

Entre aquele ano e 2017, quando Silvio Acácio Borges foi eleito seu sucessor no comando do judô nacional, Wanderley viu os atletas conquistarem 12 medalhas olímpicas e 30 em campeonatos mundiais no tatame.

Atualmente, o judô é a modalidade que mais deu medalhas olímpicas para o país.

São 22 pódios (quatro ouros, três pratas e 15 bronzes), à frente da vela (18) e do atletismo (16). O vôlei tem 10 e o vôlei de praia, 13.

Wanderley é nascido no Rio Grande do Norte, mas desde jovem se estabeleceu em Vitória (Espírito Santo).

De perfil exigente, costuma dizer que "delega, mas também fiscaliza e cobra". O desafio vai ser implementar seu mantra no novo cargo.


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