Folha de S. Paulo


São Paulo vence e sai da zona de rebaixamento após cinco rodadas

Luis Moura/WPP/Folhapress
Marcos Guilherme comemora gol que deu vitória ao São Paulo sobre o Sport
Marcos Guilherme comemora gol que deu vitória ao São Paulo sobre o Sport

Desta vez o São Paulo não deixou a chance escapar. Ainda que tenha enfrentado dificuldades contra o Sport, o time saiu do Morumbi com vitória por 1 a 0, neste domingo (1º). O resultado tira o time da zona de rebaixamento do Brasileiro, depois de cinco rodadas de aflição.

O toque de bola projetado pelo técnico Dorival Júnior não teve desenvoltura. A zaga voltou a mostrar insegurança em lances aparentemente controlados. A torcida estava apreensiva. Sidão teve de salvar no final. Mas a equipe conseguiu segurar seu resultado, após seguidas decepções em casa.

O gol de Marcos Guilherme dá ao time, agora em 14º lugar, um pouco de tranquilidade para um período de dez dias de pausa, devido às eliminatórias para a Copa do Mundo. Bem diferente de sua situação no último período de interrupção, quando saiu de derrota por 4 a 2 contra o rival Palmeiras, em 27 de agosto.

SPFC vs Sport

Com o resultado positivo, o São Paulo chegou ao quarto jogo consecutivo de invencibilidade. É a sequência mais duradoura até aqui, com dois triunfos e dois empates.

Foi também a primeira vez que a equipe saiu de campo sem sofrer gols desde vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, pela 15ª rodada, em 19 de julho.

Dorival espera que estes sejam indícios da estabilidade que tanto anseia para sua equipe.

Essa regularidade viria em boa hora, aliás, uma vez que o time vai fazer seus próximos cinco jogos como mandante no Pacaembu, deixando o Morumbi reservado para shows internacionais. Neste domingo, o público foi de 43.071 pagantes.

Em suas entrevistas, o técnico insiste na mensagem de que o São Paulo ainda está em formação, mesmo que restem 12 rodadas para a conclusão do Brasileiro. É a decorrência da troca de comando, há 14 rodadas, e de diversos jogadores em meio ao campeonato.

O técnico dessa vez praticamente repetiu a equipe do empate com o Corinthians, usando Hernanes, Lucas Fernandes e Cueva no meio. A única mudança foi a volta do lateral-esquerdo Edimar, no lugar do suspenso Júnior Tavares.

Em campo, o São Paulo enfrentou dificuldades no primeiro tempo, com articulação muito lenta. Nem de longe apresentou o nível de energia demonstrado na rodada anterior, contra o Corinthians, em clássico.

O Sport marcava bem, fosse com seus atacantes pressionando a saída de bola são-paulina, ou na contenção pelo centro do campo.

Foi o time da casa, de todo modo, que abriu o placar justamente ao roubar a bola no campo de ataque. Hernanes fez o desarme e abriu para Edimar. Após cruzamento, a bola sobrou para Marcos Guilherme anotar seu quarto gol pela competição. Valeu os três pontos.

Em sua tortuosa jornada para tentar fugir do rebaixamento –já foram 13 rodadas entre os quatro últimos do campeonato–, o time já havia desperdiçado boas oportunidades para respirar.

Talvez a maior frustração tenha ocorrido no dia 3 de agosto, contra o Coritiba, no próprio Morumbi. Vindo de empolgante vitória de virada sobre o Botafogo, no Rio, por 4 a 3, o São Paulo sofreu duro tropeço em um confronto direto, para retornar à zona de descenso.

Pontos cedidos ao lanterna Atlético-GO, à Ponte Preta e ao Corinthians, todos em casa, após estar à frente no placar, também foram muito lamentados. O Sport, porém, não conseguiu ampliar essa lista, também por conta de duas grandes defesas de Sidão já nos acréscimos, em cabeçadas à queima-roupa.

Agora o São Paulo vai treinar até o dia 11 para enfrentar o Atlético-MG em Belo Horizonte. Será mais um confronto direto com adversários próximos na tabela.

Fora da zona de rebaixamento, o time terá, então, uma oportunidade para se afastar da zona de rebaixamento, em uma disputa ainda muito equilibrada.

SIDÃO EVITA EMPATE

O goleiro Sidão começou o duelo contra o Sport ouvindo o frisson da torcida quando tentava sair jogando com a bola no pé, uma das características que o levaram ao São Paulo, um pedido do então técnico Rogério Ceni.

A apreensão dos torcedores, temendo um passe errado bem próximo ao gol, é algo que o acompanhou nas últimas cinco rodadas –recuperou a posição de titular contra o Avaí, em 20 de agosto, no lugar de Renan Ribeiro.

Quando deixou o gramado após a vitória por 1 a 0, ouvia apenas os gritos por seu nome, depois de duas defesas nos minutos finais que garantiram o resultado e a escapada da zona de rebaixamento.

"Só penso em comemorar com as pessoas que me acompanharam nos momentos difíceis. Mas futebol é dinâmico. Se voltar a falhar, vou ser criticado novamente. Se jogar bem, vão elogiar. O que tenho é de me concentrar no meu trabalho", disse o goleiro.

Em campo, Sidão livrou a equipe de mais um tropeço depois de abrir vantagem no placar. Algo que, no Morumbi, havia acontecido nas últimas duas partidas, contra Ponte Preta e Corinthians.

Das defesas que fez, a que mais impressionou seus companheiros foi a do último lance, barrando o zagueiro Oswaldo Henríquez, à queima-roupa.

"Quando vi a bola passar, foi como uma flechada no coração", disse o meia Hernanes. "Se aquela bola entra, seria para abrir um buraco no chão e enterrar a cabeça. O futebol tem dessas emoções."


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