Folha de S. Paulo


Duelo de PSG e Bayern expõe projetos distintos na Liga dos Campeões

Dois modelos de gestão do futebol profissional se encontram nesta quarta (27) em Paris pela Liga dos Campeões. O novo rico Paris Saint-Germain recebe sua antítese, o consolidado e milionário há décadas Bayern de Munique.

Enquanto o time francês gastou R$ 888 milhões na montagem do atual time e já começa a com as desavenças de antigos e novos craques, caso de Cavani e Neymar, os alemães seguem outra fórmula.

O gigante do futebol mundial, que busca sua terceira Liga dos Campeões,investiu R$ 338 milhões na mais recente janela de transferência. A forma como o gasto é feito no sul da Alemanha é diferente. Nada de astros.

A política declarada do clube bávaro, anunciada por Uli Hoeness, presidente do time, é investir em jovens.

"O Bayern de Munique assina com jogadores entre 20 e 22 anos. Mais uma vez estamos sendo criticados por isso, mas não se monta um time de futuro gastando R$ 373 milhões em jogadores de 29 ou 30 anos. Isso não é uma boa política", afirmou o dirigente no início da temporada à imprensa alemã.

À frente do clube francês, Nasser Al-Khelaifi, presidente desde 2011, nunca deixou de mostrar entusiasmo com contratações que causam efeito midiático e custo alto, como a de Neymar.

"Pode parecer caro. Mas daqui a dois anos, todos vão ver que Neymar foi barato. Ele hoje já é o melhor jogador do mundo", disse o dirigente.

Se o PSG trouxe Neymar, 25, de Barcelona por R$ 810 milhões, na maior transação de todos os tempos do futebol mundial, o jogador mais caro comprado pelo Bayern nesta temporada custou R$ 155 milhões. Custo para trazer o meia francês nascido no Togo, Coretin Tolisso, de 23 anos.

A diferença entre quanto e como gastar na montagem dos dois times vem de outras temporadas.

Desde 2013, o Bayern investiu, em média, R$ 282 milhões na compra de jogadores por ano. Já o PSG –comprado em 2011 por um grupo de investidores do Qatar– gastou R$ 511 milhões.

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A média etária dos jogadores contratados pelo time de Paris é de 24,3 anos. A do Bayern é de 23,6 anos.

Enquanto os alemães venderam jogadores mais velhos, média de 27,1 anos, os franceses não renovaram muito o time. E também negociaram jogadores mais jovens, com uma média de 24,7 anos.

O número de atletas da base no plantel tanto de PSG quanto do Bayern dá mais indicativos de como as duas equipes pensam.

No clube francês são quatro jogadores revelados em casa, entre 21 e 24 anos. Adrien Rabiot, que vem jogando como titular, é um deles.

No time alemão conta com oito pratas da casa no elenco profissional. Entre eles, o atacante Thomas Muller, 28 anos, também destaque da seleção local.

INFRAESTRUTURA

Os estádios dos times também reforçam a diferença de prioridade dos rivais desta quarta-feira.

O Allianz Arena, do Bayern, é um dos melhores do mundo, segundo a classificação da UEFA. O que mostra que a política alemã de investir em infraestrutura é séria.

O campo, no subúrbio de Munique, pode receber até 75 mil pessoas. Depois de ter sido construído em 2005, ele já foi reformado em 2012.

Enquanto que o Estádio Parc des Princes é de 1897, mas foi remodelado em 1972. Nele cabem 49.700 pessoas.

A casa do Bayern é bastante requisitada. O campo será o único do país a receber jogos da festiva Euro 2020, que marcará os 60 anos da competição de seleções. Em vez de um ou dois países, os jogos vão ocorrer por 13 nações.

Neste ano, com o discurso de que investir em centros de treinamento é melhor do que gastar muito com jogadores, o Bayern inaugurou novas instalações para a base.

A obra custou R$ 261 milhões. Mais ou menos a mesma quantia gasta pelo PSG na compra do atacante uruguaio Edinson Roberto Cavani, em 2013, que era do Napoli, da Itália.

NA TV
PSG x Bayern
15h45 Band e Esporte Interativo

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