Folha de S. Paulo


Santos joga mal, perde na Vila Belmiro e dá adeus à Copa Libertadores

Paulo Whitaker/Reuters
Soccer Football - Copa Libertadores - Brazil's Santos v Ecuador's Barcelona - Vila Belmiro Stadium, Santos, Brazil - September 20, 2017. Santos' Jonathan Copete, Barcelona's Dario Aimar and goalkeeper Maximo Banguera in action. REUTERS/Paulo Whitaker ORG XMIT: UMS10
Copete tenta alcançar cruzamento durante o primeiro tempo na Vila Belmiro

Com futebol abaixo da crítica, o Santos foi eliminado da Libertadores nesta quarta (20). Mais consciente em campo e com plano de jogo eficiente, o Barcelona (EQU) venceu por 1 a 0 na Vila Belmiro e avançou para as semifinais. Vai enfrentar o Grêmio, que eliminou o Botafogo com um gol de Lucas Barrios.

Levir Culpi surpreendeu pela cautela. Sem poder contar com o meia Lucas Lima, lesionado, abriu mão de Jean Mota, colocou o argentino Vecchio na armação e escalou dois volantes que só sabem marcar: Alisson e Leandro Donizete.

O raciocínio do treinador era que o contra-ataque seria a grande arma do Barcelona. Como atuaria pelo 0 a 0, ele não daria essa chance aos equatorianos. Se havia certa lógica no pensamento, esta não foi vista em campo. O Santos foi um fiasco.

Damian Díaz dominou o meio-campo e tinha liberdade para receber passes e acionar os atacantes. Três vezes a bola cruzou a área brasileira à espera de um desvio para o gol, que não aconteceu.

O Santos era um punhado de jogadores apáticos. Daniel Guedes começou bem mas depois de levar cartão amarelo, sumiu. Bruno Henrique errou passes. Copete não acertou uma jogada. Leandro Donizete, Alisson e Vecchio pouco fizeram.

O Santos tinha a bola aérea. Assim criou a melhor chance antes do intervalo, uma cabeçada de David Braz no travessão.

MAIS DO MESMO

O que quer que Levir Culpi tenha dito para os seus jogadores no vestiário, não funcionou. O Santos continuou mal em campo, afobado e sem conseguir prender a bola no ataque.

Mais experiente e sem se incomodar com a Vila, o Barcelona jogava com calma, na certeza de que o gol chegaria. Fé que ficou mais forte a partir da entrada de Ayoví. Aberto pelas pontas, ele não deu sossego a Zeca.

O treinador santista tentou consertar seus erros na escalação. Tirou Vecchio e colocou Jean Mota. Depois desfez outro equívoco e abriu mão dos dois volantes. Kayke entrou no lugar de Leandro Donizete. Quando isso aconteceu, a situação do Santos na Libertadores era crítica.

Assim como já havia feito em Guayaquil, o uruguaio Álvez aproveitou erro de posicionamento da zaga em cruzamento e desviou para o gol.

Minutos depois, o atacante foi expulso. Mas o Santos não teve capacidade para aproveitar. Não colocou a bola no chão. Apostou em cruzamentos que, quando aconteceram, não tiveram direção.

Sofrer um gol para os donos casa, diante do futebol apresentado, era o mesmo que levar cinco. Não havia força para buscar o empate que levaria a decisão para os pênaltis. A equipe não conseguia criar chances de gol.

A vergonha foi completa quando Bruno Henrique foi expulso por cuspir no rosto de Díaz. Por reagir, Marques também recebeu o vermelho.

Levir deu a última cartada. Uma substituição que dava noção do seu desespero, falta de alternativas e imaginação para mudar a desclassificação que parecia certa. Colocou o zagueiro argentino Fabián Noguera, 1,93m, para atuar como centroavante.

A esperança era que ele salvasse o Santos em uma jogada aérea. Foi Lucas Veríssimo quem quase conseguiu em lance em que se atrapalhou na pequena área. No fim, os santistas reclamaram - com razão - dos quatro minutos de acréscimos dados pelo árbitro peruano Victor Carrillo. Foi pequeno o tempo adicionado. Menor que este, só o futebol do Santos.


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