Folha de S. Paulo


Novo chefe de ética do COI, Ban Ki-moon evita comentar caso de Nuzman

Mosa'ab Elshamy/Associated Press
O ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em discurso na COP22, em Marrakech
O ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em discurso na COP22, em Marrakech

Secretário-geral da ONU entre 2007 e dezembro passado, o sul-coreano Ban Ki-moon, 73, foi eleito nesta quinta-feira (14) chefe da comissão de ética do COI (Comitê Olímpico Internacional) na sessão da entidade em Lima.

Caberá a ele conduzir o caso que envolve Carlos Arthur Nuzman, 75, que foi um dos alvos de operação da Polícia Federal sob suspeita de agir como elo entre o empresário Arthur Soares de Menezes e o ex-membro do COI Lamine Diack, de Senegal, e seu filho, Papa Massata Diack, para pagamento de propina.

A investigação apontou que houve esquema que repassou US$ 2 milhões para os senegaleses para compra de votos para que o Rio se elegesse sede da Olimpíada de 2016. Também está sob investigação corrupção na escolha de Tóquio para os Jogos de 2020.

"Como novo chefe da comissão de ética do COI, estou certo de que terei a chance de apreciar este caso", disse Ban, em rápida entrevista após a nomeação.

O sul-coreano não entrou em detalhes a respeito do caso de Nuzman e deu resposta evasiva.

"O que é importante é trabalhar proximamente com os membros do COI e de federações internacionais para fazer com que o comitê olímpico tenha a confiança da comunidade internacional. Farei o meu melhor pela transparência desta grande organização", complementou o asiático.

A proposta de adicionar o ex-secretário-geral da ONU aos seus quadros está mais voltada a dar uma resposta ao público diante de sucessivas crises que acometem o Comitê Olímpico Internacional além da suposta compra de votos, como doping e a fuga de interessados em se candidatar a sede dos Jogos Olímpicos.

"Enquanto atuei na ONU, trabalhei em proximidade com Estados membros para fazer com que a organização ganhasse a confiança geral. Criei um comitê de ética, promovi reformas, e é isso o que tentarei fazer no COI, com base na minha experiência", concluiu Ban.


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