Folha de S. Paulo


Diretor do São Paulo espera apenas ajuda 'informal' de Muricy Ramalho

Diego Padgurschi/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL - 30-06-2016: Muricy Ramalho durante entrevista no condominio onde mora em SP. (Diego Padgurschi /Folhapress - ESPORTE) ***EXCLUSIVO***
Sugestão de conselheiros e torcedores por Muricy para função de coordenador técnico é rejeitada

A programação inicial do São Paulo para esta semana não previa mais nenhuma entrevista coletiva de atletas no Centro de Treinamento da Barra Funda. Na teoria, apenas o técnico Dorival Júnior falaria com a imprensa na sexta-feira, dia usualmente reservado para o treinador. Nesta terça, no entanto, o diretor-executivo de futebol Vinicius Pinotti apareceu para prestar esclarecimentos sobre o momento delicado que vive o penúltimo colocado do Campeonato Brasileiro.

O cartola afirmou que Dorival segue no comando da equipe. Além disso, descartou a contratação de um coordenador técnico, função, hoje inexistente no clube, para a qual o nome de Muricy Ramalho foi sugerido por dirigentes, conselheiros e torcedores nas últimas semanas.

"A situação é horrível, claro que estamos temerosos, mas trabalhamos bastante há algum tempo para tirar o time dessa situação. Gostamos do trabalho do Dorival, que ainda não está refletindo em campo, que é o principal. Mas estamos muito satisfeitos. Tomamos conhecimento das declarações do Muricy, inclusive já tínhamos tido algumas conversas. Então, a gente sabe que ele tem um contrato [de comentarista do SporTV] e é um cara honesto e que cumpre os seus compromissos. Muito difícil de vir oficialmente, mas nada impede que nos ajude informalmente com a são-paulinidade dele, a bagagem dele, que são muito importantes para o São Paulo", disse o dirigente.

As declarações de Muricy citadas por Pinotti foram dadas durante o programa "Bem, Amigos", do qual faz parte do quadro de comentaristas, na segunda-feira (11). O ex-treinador afirmou estar chateado por não poder ajudar o clube de forma mais direta em uma situação tão crítica. Um dos grupos políticos do São Paulo ainda chegou a protocolar carta com mais de sete mil assinaturas pedindo sua contratação para a função de coordenador técnico.

"O Muricy não pode assumir cargo oficial, o que não o impede de ajudar. Já fez isso no passado. Oficialmente não há a intenção de criar esse cargo, mas isso não quer dizer que a gente não tenha uma pessoa ajudando neste sentido. E toda vez, por questão de governança, se formos falar em casos de sucesso, foi algo combinado com todas as partes. Não podemos impor algo sem que o Dorival esteja confortável", continuou Pinotti.

O executivo voltou a manifestar apoio ao treinador, dizendo que acredita em continuidade de trabalho ao técnico, dois meses após a demissão de Rogério Ceni. "Não dá para ficar trocando toda a hora. O caminho não é esse", afirmou.

Além disso, negou que se sinta incomodado com as cobranças internas e de torcedores, crescentes, que tem recebido, ao lado do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva. "Pressão faz parte da vida e eu sabia que enfrentaria isso. Sei conviver com democracia com as opiniões do presidente. Tenho confiança no trabalho, meu e de todos no CT, com as mudanças de capacitação que fizemos. Tenho muita confiança com o Leco, decidimos em conjunto, ninguém decide sozinho, por mais que ele seja nosso comandante maior", explicou.

Por fim, Pinotti disse que o pedido da torcida organizada Independente por uma reunião com elenco, comissão técnica e diretoria ainda está sendo analisado.


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