Folha de S. Paulo


Santos espera que trio ofensivo enfim desencante em clássico na Vila

Divulgação/Ivan Storti/Santos FC
Ricardo Oliveira
Ricardo Oliveira é a esperança de gols do Santos no clássico contra o Corinthians

O Santos não pode ter a sua campanha no Brasileiro baseada no desempenho ofensivo. Conhecido pelos 12.411 gols marcados em 105 anos de história, ele amarga o quarto pior ataque da competição. Só marcou 23 vezes.

Porém, no clássico diante do líder Corinthians, a tábua de salvação para embalar um time que não vence há quatro rodadas e que encara uma maratona de jogos decisivos este mês surge justamente do setor mais questionado.

Mesmo em baixa, os santistas têm motivos para confiar no trio Bruno Henrique, Copete e Ricardo Oliveira.

Oliveira, 37, o mais experiente, tem 18 gols em 27 clássicos pelo Santos, contabilizadas as duas passagens pelo clube, em 2003 e desde 2015.

O número só é inferior ao de Neymar pós-era Pelé, que marcou 20, de acordo com dados da Assophis (Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos FC).

O camisa 9 participou de apenas 24 dos 49 jogos do Santos no ano e tem a pior marca desde o retorno ao clube: apenas cinco gols na temporada. Passou ainda a conviver com problemas físicos e seguidas lesões, mas contra os rivais sempre brilhou.

Ele também tem marcas particulares contra o Corinthians. No último ano, marcou dois gols e teve atuação decisiva na vitória por 2 a 0, em 6 de março, pelo Paulista, dias após ver o Santos recusar proposta milionária de um clube da China para contratá-lo. Foram cinco gols no rival em oito partidas.

"Queremos vencer este jogo para viajarmos tranquilos para a Libertadores e por outro ponto importante que precisa ser ressaltado: podemos pôr uma pimentinha no campeonato", disse o atacante.

Apesar do pouco tempo no clube, Copete é outra esperança em clássicos. O colombiano já marcou seis gols em nove duelos contra rivais.

No último, na vitória por 3 a 2 contra o São Paulo, pela 12ª rodada do Brasileiro, tornou-se herói dos santistas ao fazer os três gols da equipe, mesmo diante de queimadura decorrente de um acidente doméstico dias antes.

"Nunca pensamos em fazer gols em clássico, mas na Colômbia já foi assim, também, pelo Santa Fé e o Atlético Nacional. Depois daqueles gols me pedem muito isso. Queremos vencer para ficarmos mais próximos neste campeonato", disse à Folha.

Bruno Henrique é diferente da dupla. Nunca marcou em clássicos, mas vive a melhor fase da carreira. Anotou sete vezes nos últimos oito jogos e se tornou o principal artilheiro santista na atual temporada, com 14 gols.

"Nos doamos para ajudar os companheiros de trás, também. Muitas vezes não conseguimos fazer os gols pelo fato de estarmos comprometidos com o que professor pede", justificou o jogador.

Para dificultar a missão será necessário vencer a boa fase defensiva do rival, com apenas 11 gols sofridos, ou seja, um gol a cada dois jogos na competição. A defesa santista também não tem desapontando. É a segunda melhor do torneio, com 14.

A equipe espera vencer para seguir sonhando com título e ir embalada para o primeiro confronto contra o Barcelona de Guayaquil, pela Libertadores. O clássico pode ser o despertar ideal para o ataque, enfim, embalar no restante da temporada.


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