Folha de S. Paulo


Esvaziada, Copa América de basquete testa novatos e técnico interino

Javier Corbalan/Super 4 Salta
Ala Bruno Caboclo enfrenta marcação do armador argentino Facundo Campazzo em amistoso contra a Argentina
Ala Bruno Caboclo (esq.) disputa primeiro torneio pela seleção principal

Rebaixada pela própria Fiba (Federação Internacional de Basquete) em seu novo calendário, a Copa América masculina começa nesta sexta-feira (25). A competição já não vale mais vagas para a Copa do Mundo.

Para uma renovada seleção brasileira, porém, a importância do torneio transcende seu troféu.

A relevância da competição é significativa já para a comissão técnica comandada por César Guidetti, treinador do Pinheiros. O estafe foi anunciado pela CBB (Confederação Brasileira de Basquete) com status de interino.

Um bom desempenho no torneio pode desestimular a busca por um técnico estrangeiro para a disputa das eliminatórias para o Mundial de 2019, que serão disputadas a partir de novembro.

Entre os jogadores, Guidetti optou por mescla de revelações como o ala Bruno Caboclo, do Toronto Raptors, e veteranos como o armador Fúlvio, do Vasco, que tentam mostrar serviço para fazer parte do grupo principal.

Após o fiasco da seleção feminina pela Copa América no mês passado -com o quarto lugar, ficou fora de seu Mundial-, até mesmo a nova gestão da CBB pode usar um resultado positivo para tentar amenizar a primeira impressão ruim deixada.

Num momento de reestruturação, ainda à procura de patrocinadores, um novo tombo poderia custar caro.

"Enfrentamos graves problemas nos mais variados setores e tivemos que nos desdobrar para que esta seleção feminina pudesse jogar", disse o presidente da entidade, Guy Peixoto. "Hoje a CBB não conta com patrocinadores ou mesmo apoiadores, além de não receber importantes e necessárias verbas federais, devido a problemas herdados da administração passada."

Pelo Grupo A, o time estreia em Medellín contra a anfitriã Colômbia (às 22h, com Esporte Interativo). Depois, pega México e Porto Rico.

Em quadra, a concorrência no masculino não será das mais fortes. Entre favoritos, só a Argentina, anfitriã da fase final, e a Venezuela, atual campeã continental, se aproximam de sua força máxima.

O grande nome do torneio será o pivô Luis Scola, 37, ícone da geração dourada argentina, ex-Brooklyn Nets, que vai jogar na liga chinesa na próxima temporada.

A presença de atletas que jogaram a última temporada da NBA, aliás, é bastante reduzida -apenas dez jogadores num universo de 144 convocados, distribuídos entre Argentina (quatro), Brasil (um), Canadá (dois) e Estados Unidos (três).

Desse grupo, porém, só quatro têm contratos válidos para a próxima edição da liga, incluindo Bruno Caboclo, em seu quarto ano em Toronto. Os demais: os alas argentinos Nícolas Brussino (Atlanta Hawks) e Patricio Garino (Orlando Magic) e o pivô norte-americano Marshall Plumlee (Los Angeles Clippers).

Vice-campeão do último NBB pelo Paulistano, o ala-armador Georginho tem vínculo com o Houston Rockets.

Os EUA são representados basicamente por jogadores da Liga de Desenvolvimento da NBA e de clubes europeus.

A principal estrela da seleção norte-americana será, então, seu técnico: Jeff Van Gundy, vice-campeão pelo New York Knicks em 1999 e hoje comentarista de TV.

COPA AMÉRICA

Grupo A
Sede: Medellín (COL)
Brasil
Colômbia
México
Porto Rico

Grupo B
Sede: Bahía Blanca (ARG)
Argentina
Canadá
Ilhas Virgens
Venezuela

Grupo C
Sede: Montevidéu (URU)
Estados Unidos
Panamá
República Dominicana
Uruguai

Formato
O primeiro colocado de cada quadrangular vai à fase final,que será disputada, em Córdoba, na Argentina, cuja seleção já está classificada, como anfitriã

Datas
Fase de grupos: 25 a 30.ago
Fase final: 2 a 3.set


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