Folha de S. Paulo


Na última prova da carreira, Usain Bolt se lesiona e fica sem pódio

Mega-astro do atletismo, Usain Bolt, 30, despediu-se do esporte neste sábado (12) de maneira dramática e sem medalha no revezamento 4 x 100 m no Mundial de Londres.

O velocista, que fechou a participação da equipe caribenha, sentiu uma lesão e nem sequer terminou a prova. Ele recebeu atendimento imediatamente após cair ao solo do estádio olímpico londrino. Em seguida, o médico da equipe jamaicana, Kevin Jones, confirmou que Bolt teve uma cãibra na coxa esquerda.

Após terminada a prova, ele cruzou a linha de chegada com a ajuda dos companheiros de equipe (Omar McLeod, Yohan Blake e Julian Forte), mas não houve validação da marca.

A Grã-Bretanha levou o ouro (37s47), seguida pelos Estados Unidos (37s52) e pelo Japão (38s04). A Jamaica defendia o tetracampeonato mundial da prova (2009, 2011, 2013 e 2015).

"Nós queríamos ganhar essa medalha para ele, mas o que aconteceu foi totalmente inesperado", afirmou McLeod, campeão olímpico e mundial dos 100 m com barreiras, em entrevista ao SporTV.

Nas redes sociais, o astro publicou uma mensagem curta. "Obrigado, meus amigos. Amor infinito aos meus fãs", escreveu.

Ao longo de sua carreira, Bolt colecionou sucesso inigualável na história das provas de velocidade do atletismo.

Despontou aos olhos do planeta no Mundial júnior de 2002, em Kingston, capital jamaicana, com um triunfo nos 200 m. No ano seguinte, bateu o recorde mundial júnior da distância e criou a expectativa de ser uma das atrações dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004.

As lesões, porém, o tiraram de ação durante a Olimpíada e também afetaram seu desempenho nas temporadas seguintes (2005 e 2006).

O ano de 2007, contudo, foi o da sua redenção e abriu caminho para seu estrelado. No Mundial de Osaka, no Japão, já recuperado das contusões, ele faturou duas pratas: nos 200 m e no revezamento 4 x 100 m. Bolt não sabia, mas seria a última vez que ele perderia as duas distâncias pelos próximos dez anos.

O jamaicano solidificou de vez sua condição de astro maior do atletismo em 2008. Antes mesmo dos Jogos de Pequim, quebrou o recorde mundial dos 100 m em Nova York, com a marca de 9s72. Detalhe: era apenas a quarta vez que ele disputava a prova em nível internacional.

Na Olimpíada chinesa, bateu novamente a marca dos 100 m, repetiu a dose nos 200 m e encerrou sua campanha no revezamento 4 x 100 m. Saiu dos Jogos com três e deu o prenúncio de sua hegemonia.

Entre 2009 e 2016, quebrou novos recordes mundiais de suas provas, mas o grande feito foram suas medalhas.

Coube a Bolt ser o primeiro na história a vencer três vezes seguidas os 100 m e 200 m em Jogos Olímpicos (2008, 2012 e 2016). Em Campeonatos Mundiais, somou 11 medalhas de ouro. Até a edição de Londres, que termina neste domingo (13), perdeu somente uma prova –os 100 m no Mundial de Daegu, e porque queimou a largada.


Endereço da página:

Links no texto: