Folha de S. Paulo


Homem-forte da Copa-14 trabalha na reorganização do basquete nacional

Leo Pinheiro - 6.jul.2016/Valor
Data: 06/07/2016 Editoria: Empresas Reporter: Robson Sales Local: Rio de Janeiro, RJ Pauta: Gestao da selecao brasileira de Volei Setor: Esporte Personagem: Ricardo Trade, CEO da CBV, fotografado, durante a entrevista e na CBV no Rio Centro na Barra Tags: gestores, esportista, delegacao, Fotos: Leo Pinheiro/Valor ***FOTO DE USO EXCLUSIVO FOLHAPRESS***
Ricardo Trade, que ajudará na recuperação da CBB

Em grave situação financeira, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) recrutou o homem-forte da Copa do Mundo de 2014 para ajudá-la em sua recuperação.

Ricardo Trade, diretor-executivo do Mundial da Fifa no país, trabalha há mais de um mês em conjunto com a nova administração da entidade, cujo presidente, Guy Peixoto, foi eleito no mês de março.

A função de Trade tem sido auxiliar os cartolas da confederação na montagem de planejamento estratégico e de marketing de longo prazo.

Ele tem operado dentro da sede da CBB, no Rio, e nesta semana participou de uma reunião de trabalho no COB (Comitê Olímpico do Brasil).

Apesar da atuação, ele ainda não recebeu qualquer valor pela consultoria.

A confederação, por não ter feito prestações de contas de verbas da Lei Piva corretamente nos dois últimos anos, sob presidência de Carlos Nunes, está impossibilitada de receber recursos do COB.

A Lei Piva que destina 1,7% do prêmio pago aos apostadores de todas as loterias federais do país ao COB.

CBB - 16.nov.2015/Divulgação
16/11/2015 - Carlos Nunes (CBB/Divulgacao) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O ex-presidente da CBB Carlos Nunes (2009-2017), que deixou dívidas e de prestar contas

A CBB tinha previsão de recebimento R$ 2,2 milhões por meio do repasse em 2017. Hoje, ela deve cerca de R$ 200 mil em prestações ao comitê.

Embora sem receita, a Folha apurou que a cúpula da confederação tem um projeto para efetivar Trade como um de seus diretores, tão logo haja dinheiro em caixa.

A entidade ainda se ressente da falta de um patrocinador. Após os Jogos do Rio, ela perdeu o apoio do Bradesco, que lhe aportava cerca de R$ 10 milhões por ano.

Além disso, ficou suspensa pela Fiba (federação internacional) entre novembro e junho passado devido a inconformidades de seu estatuto e dívidas que superariam a casa dos R$ 17 milhões.

Trade não ocuparia um cargo como o da Copa-2014, até porque a CBB tem posições preenchidas em sua cúpula, como de diretor-executivo e de superintendente.

A ideia seria delegar-lhe alguma diretoria como a de seleções ou alto rendimento.

Depois de 2014, Trade chegou a ser nomeado como secretário de alto rendimento do Ministério do Esporte no início de 2015, mas ficou menos de três meses no cargo.

Em março do mesmo ano, assumiu a direção-executiva da Confederação Brasileira de Vôlei, que se reestruturava após denúncias de corrupção e a saída do presidente Ary Graça. Ele deixou a entidade há dois meses.

Em junho, a Folha revelou que o dirigente será o principal líder da organização da Copa América de 2019, que ocorrerá no Brasil. A CBF, porém, nega que haja acordo.

Por enquanto, Trade não assumirá tarefa à frente do evento futebolístico, uma vez que não foi montado comitê de organização específico.

O dirigente também ocupou cargos de gerência nos comitês dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, e na candidatura da capital fluminense para a Olimpíada.


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