Folha de S. Paulo


Corinthians vence Palmeiras e pode abrir 11 pontos do segundo colocado

O Corinthians não é apenas líder isolado, podendo terminar a rodada com 11 pontos de vantagem sobre o segundo colocado. A campanha da equipe de Fábio Carille vai além de estar invicto. Após 13 rodadas do Campeonato Brasileiro, o time jamais esteve atrás no placar. Nesta quarta (12), no clássico com o Palmeiras, a história foi a mesma.

Com gols de Jadson e Arana, o Corinthians venceu por 2 a 0, no Allianz Parque, e chegou aos 35 pontos.

Nas cinco vezes em que teve a defesa vazada até agora no torneio, em nenhuma isso significou para o Corinthians a necessidade de correr para reverter o resultado. O time é líder também porque aprendeu melhor do que qualquer outro adversário no País a administrar o andamento das partidas.

Foi um clássico com a marca deste Corinthians. Mortal nos contra-ataques e quase impenetrável na zaga. Soube explorar as falhas na retaguarda do Palmeiras, especialmente na marcação individual tramada por Cuca.

Cada vez que Rodriguinho caía para a lateral no primeiro tempo, abria uma buraco no sistema defensivo dos donos da casa porque Thiago Santos o acompanhava. Espaço que era aproveitado por Jadson e Fagner.

São 27 jogos de invencibilidade do Corinthians na temporada. A equipe não perdeu nenhum dos oito clássicos que disputou neste ano.

Ao forçar o jogo pelo setor esquerdo, os visitantes sempre levaram perigo e foi assim que o placar foi aberto aos 22 minutos, quando Jadson cobrou pênalti cometido por Bruno Henrique sobre Arana.

Após o gol, o Corinthians continuou dessa forma. O Palmeiras, não. O único jogador consciente no time era o venezuelano Guerra e as tentativas de ataque eram cruzamentos na área que não encontravam nenhum jogador vestido de verde para finalizar.

Dudu pedia a bola apenas para tentar resolver sozinho o lance. Não deu certo.

Até na catimba o Corinthians soube vencer. Cássio caiu três vezes para pedir atendimento. Tchê Tchê quase levou a torcida à loucura ao chutar a bola para a fora quando Rodriguinho estava no gramado reclamando de contusão.

UM MUDOU, OUTRO NÃO
Com a máquina azeitada, Carille fez o que costuma repetir: mudanças pontuais ou em caso de contusão no decorrer do jogo. Ele jamais foi obrigado a mudar seu esquema tático durante o Brasileiro.

Cuca não pode dizer o mesmo. No intervalo, deslocou Guedes para a lateral direita, colocou Tchê Tchê no meio-campo e Borja entrou para comandar a linha ofensiva.

Mas o centroavante colombiano, que chegou como melhor jogador sul-americano de 2016, mostrou pouco nos 45 minutos em que jogou. Quase não pegou na bola.

O Corinthians não se sentiu pressionado. Em nenhum momento o Palmeiras pareceu ter forças para empatar.

Depois que Arana foi lançado em velocidade aos 19 min do 2º tempo e chutou cruzado para fazer o segundo gol, Cuca tentou encontrar novas fórmulas. Algumas pouco ortodoxas. O Palmeiras terminou o clássico com Zé

Roberto na zaga e o zagueiro colombiano Mina na posição de centroavante para, quem sabe, aproveitar uma bola alçada na área.

Em entrevista à Folha, o goleiro Cássio disse que o Corinthians começou o ano com desconfiança porque não fez nenhuma "contratação de R$ 15 milhões" e, em vez disso, trouxe jogadores de graça. Ele não citou rivais, mas é uma descrição que vale para o Palmeiras, equipe que só com Borja gastou R$ 32 milhões.

"Mas ninguém iguala a nossa intensidade", explicou.

O Corinthians começou marcando de forma compacta para aproveitar cada erro de passe rival e sair em velocidade com Jô, Jadson, Arana ou Fagner. Terminou na mesma toada, sem alterar o ritmo, fiel à fórmula que lhe deu até agora a liderança invicta e sem sequer ter sentido o sabor do que é estar atrás do placar.

À torcida no Allianz Parque sobrou apenas a vaia para os palmeirenses.

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