Folha de S. Paulo


San-São retorna à Vila Belmiro após demissões e planos revisados

Rubens Cavallari/Folhapress/Agência
Gol de Luiz Araújo - Partida entre Santos e São Paulo, válida pela 3ª rodada do Campeonato Paulista 2017
Luiz Araújo brilhou na Vila Belmiro em fevereiro e já foi para a França

A dupla San-São se reencontra neste domingo (9), na Vila Belmiro, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Pois a noite de 15 de fevereiro, quando o São Paulo foi ao estádio e venceu um desfalcado Santos por 3 a 1 no primeiro clássico do ano, não poderia estar mais distante.

Em cinco meses, ambos passaram por grandes transformações, a começar pela troca de seus treinadores.

Aquele jogo valia só pela terceira rodada do Campeonato Paulista. Os times começavam a temporada esperançosos por grandes exibições.

O São Paulo sonhava alto sob o comando do ídolo Rogério Ceni, mesmo que ele fosse um estreante. Já o Santos, com o experiente Dorival Júnior, após o vice-campeonato no Brasileiro de 2016, se sentia pronto para títulos.

Ainda que em pontos completamente distintos em suas carreiras, Dorival e Ceni começaram o ano com propostas semelhantes, valorizando posse de bola e uma abordagem propositiva.

No reencontro, nenhum deles estará lá. Levir Culpi vai para o oitavo jogo pelo Santos. São Paulo será dirigido pelo auxiliar Pintado.

No que seria uma incrível coincidência, Dorival até poderia voltar à Vila, uma vez que já foi anunciado como substituto de Ceni na quarta-feira (5). Mas, resolvendo questões particulares, será apresentado nesta segunda-feira (10).

Tendo feito sua drástica mudança um mês mais cedo, o Santos recebe o São Paulo com seis pontos de vantagem e 12 posições acima do rival.

O time da casa defende posto na zona de classificação para a Libertadores. Os visitantes só pensam em fugir da faixa de rebaixamento.

IDEAIS

Ainda que em situação bem mais confortável, o Santos ainda não conseguiu encontrar um futebol que cative seus torcedores.

Com apenas oito gols sofridos em 11 rodadas, o time da Baixada Santista tem a segunda melhor defesa do Brasileiro, ao lado do Flamengo.

Curioso notar que, nesse quesito, apenas três gols o distanciam do São Paulo, a sexta melhor retaguarda.

Por outro lado, ambas as equipes têm falhado na hora de buscar o gol. Com dez anotados, estão empatadas como o quarto pior ataque. Um rendimento bem aquém do que Dorival e Ceni planejavam.

"Quando jogo bem, vou muito feliz para casa. Quando venço, vou aliviado", disse Ceni. Após seis rodadas seguidas sem alívio, ele caiu.

Dorival se mostrava mais realista pelo Santos, time que mais trocou passes no Brasileiro de 2016 e que, mesmo com a troca por Levir, já completou 505 passes a mais que o São Paulo na atual edição, segundo o Footstats.

"Defendo a posse de bola. Mas tudo isso só é bonito quando se ganha", disse.

De qualquer modo, o novo Santos ainda não deslanchou no ataque. Pelo Brasileiro foram quatro gols em cinco jogos, com duas vitórias, dois empates e um revés. A torcida espera que o triunfo por 3 a 2 sobre o Atlético-PR pela Libertadores, na quarta (5) seja indício de uma guinada.

No São Paulo, a penúria é maior. Também nas últimas cinco rodadas, a equipe fez dois gols. Conquistou, assim, dois de 15 pontos possíveis.

"Não estamos cumprindo as expectativas. Não fazemos boas jogadas", disse o atacante Lucas Pratto.

Neste domingo, sem Dorival, sem Ceni, Santos e São Paulo se reencontram tentando solucionar essas questões ofensivas e alcançar aquilo que ainda não foram no ano.


Endereço da página:

Links no texto: