Folha de S. Paulo


Sistema antidoping da Rússia é um dos mais transparentes, diz Isinbaieva

Gregory Bull/Associated Press
Yelena Isinbayeva, Russia's pole vault world record holder, waves as she leaves a news conference at the 2016 Summer Olympics in Rio de Janeiro, Brazil, Friday, Aug. 19, 2016. Isinbayeva announced her retirement from competition during the conference. (AP Photo/Gregory Bull) ORG XMIT: OBVL103
Bicampeã olímpica de atletismo, Isinbaieva atua como embaixadora de Volgogrado para Copa de 2018

Chefe do conselho de supervisão da Agência Antidoping Russa (Rusada) até o último dia 31 de maio, Ielena Isinbaieva afirmou que o doping não é um problema que afete mais o país e que o sistema implantado na nação atualmente é um dos melhores do planeta.

Na última semana, a Agência Mundial Antidoping (Wada) permitiu à Rusada retomar a coordenação e realização de testes antidoping após quase dois anos de suspensão. Isso, porém, terá de acontecer sob a supervisão de Agência Antidoping Britânica (Ukad, na sigla em inglês).

"Como vocês sabem, a Wada permitiu que a Rusada possa de novo planejar e fazer exames. Quando fui presidente da comissão da Rusada tratamos de implementar um sistema muito claro, e creio que não haverá mais dúvidas sobre nós. Talvez o nosso sistema seja o mais transparente de todos hoje em dia", afirmou a bicampeã olímpica do salto com vara durante entrevista antes da final da Copa das Confederações em São Petersburgo.

Para Isinbaieva, as alegações que surgiram na última semana no jornal britânico "Daily Mail" de que os 23 jogadores da seleção russa teriam tido casos de doping encobertos pelas autoridades não representam nenhum tipo de ameaça para a credibilidade do país visando à Copa do Mundo de 2018.

"Não penso que a Copa do Mundo esteja em perigo ou alguma coisa do tipo", disse a ex-atleta que ocupa o cargo de embaixadora da cidade de Volgogrado para o Mundial. Ela é natural do município que receberá quatro partidas em 2018.

No próximo ano, os exames antidoping não deverão ser realizados na Rússia e sim na Suíça, como aconteceu na Copa das Confederações.

Isinbaieva teve de abrir mão do cargo de chefe da Rusada para atender exigência da Wada que queria uma pessoa independente no comando da entidade. E ela não estava apta para isso pois havia sido indicada pelo Comitê Olímpico Russo. O posto foi ocupado por Alexander Ivlev, que trabalha em uma empresa de finanças.

Isinbaieva de 35 anos, anunciou a sua aposentadoria das competições no ano passado, durante entrevista coletiva nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Ela não pôde participar do evento no Brasil pois a Federação Russa de Atletismo foi suspensa pela Associação das Federações Internacionais de Atletismo (Iaaf) por causa do escândalo de doping em 2015. A entidade segue banida de competições internacionais e por isso não haverá uma delegação russa competindo no Mundial de Atletismo de Londres, a partir de 5 de agosto. Haverá somente alguns atletas competindo sem bandeira.

Isinbaieva falou pouco sobre doping, pois um assessor afirmou que ela está em São Petersburgo para divulgar suas atividades como embaixadora de Volgogrado e sobre futebol.

Ela disse também que gostaria de ver a seleção brasileira atuando em sua cidade no Mundial. Isso, porém, só acontecerá se o Brasil for cabeça de chave do grupo H. O sorteio será realizado em 1º de dezembro em Moscou.


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