Folha de S. Paulo


Em Cardiff, polícia diz que moradores de rua podem ser banidos do centro

Rebecca Naden/Reuters
Britain Football Soccer - UEFA Champions League Final Preview, Cardiff, Wales - 1/6/17 General view outside the stadium Reuters / Rebecca Naden Livepic EDITORIAL USE ONLY. ORG XMIT: UK06hF
Vista do estádio em Cardiff que receberá final da Liga dos Campeões entre Real Madrid e Juventus

A polícia em Cardiff tem avisado moradores de rua que eles podem ser proibidos de ficar na área central da capital caso se comportem de maneira considerada ofensiva nos dias anteriores à final da Liga dos Campeões da Europa, entre Real Madrid e Juventus. A partida acontece neste sábado (3), no Millennium Stadium.

A Folha conversou com três sem-teto que pedem esmolas próximos a áreas turísticas da cidade. Embora temessem serem removidos do local, todos disseram terem recebido apenas um aviso para que não se comportassem de maneira considerada antissocial.

"Eu disse que tinha direito de ficar onde estou. Os policiais responderam que se não importunasse ninguém, ficaria sossegado. Mas que me tirariam à força se isso não acontecesse", disse morador de rua que se identificou apenas como Desmond e não quis revelar a idade. Ele fica em uma das esquinas da St. Mary Street, uma das principais ruas de comércio do centro.

Pela lei, a polícia tem o poder de mandar que qualquer pessoa deixe uma região da cidade por 48 horas. Isso está determinado na seção 35 do Ato de Comportamento, Crime e Policiamento de 2014. Não cumprir a ordem pode resultar em processo e prisão.

Oficialmente, a polícia e as autoridades de Cardiff não confirmam ou negam as denúncias feitas pelos moradores de rua. Dois policiais que conversaram com a reportagem disseram que o aviso é dado regularmente para quem se comporta de maneira agressiva, não se trata de algo especial por causa da final da Liga dos Campeões.

São dois mil oficiais patrulhando a região do estádio (que fica próximo ao centro) até o final da partida. Há o temor de atos terroristas, especialmente após o atentado no último dia 30 em Manchester, na Inglaterra, que matou 22 pessoas.


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