Folha de S. Paulo


Restos mortais de Garrincha desaparecem em cemitério no RJ

Os restos mortais de Garrincha estão desaparecidos. Em contato com o UOL nesta quarta-feira (31), a filha do ex-jogador Rosângela Santos confirmou que na terça (30) a família foi informada que não se sabe ao certo onde está a ossada do ex-jogador, morto em 1983. A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal "O Globo".

Garrincha foi enterrado no cemitério municipal Raiz da Serra, em Magé (RJ). No local, existem duas sepulturas com o nome de ex-jogador. Segundo Rosângela, os restos mortais do bicampeão mundial teriam sido removidos há mais de cinco anos e transferidos para outro jazigo. O corpo de outro familiar teria sido colocado no local, mas a família não foi notificada sobre essa suposta mudança.

"Fomos informados de que o corpo do meu pai havia sido exumado, mas não sabemos quando isso aconteceu. Não temos nenhum documento. Não sabemos o que foi feito com ele. Estou tentando o contato [com os funcionários do cemitério], mas ninguém sabe responder", disse Rosângela, que foi ao cemitério na manhã desta quarta-feira (31).

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Magé, responsável pela administração do cemitério, mas ainda não teve retorno.

"É algo indecente. Pensar que alguém sumiu [com os restos mortais] e não avisou".

IMPASSE

Em 2013, o cemitério em que Garrincha estava enterrado já apresentava condições precárias.

O ex-ponta da seleção estava em um jazigo coletivo com outras quatro pessoas, num túmulo sem pompas. Por mais de 25 anos, a família esperou pela conclusão de um mausoléu para o ex-jogador.

Em 1985 o então prefeito de Magé, Renato Cozzolino, começou a erguer um mausoléu para abrigar os restos do craque em um local de destaque no cemitério Raiz da Serra. No entanto, na oportunidade, a família do jogador proibiu a transferência do corpo. O impasse deixou túmulo e mausoléu em estados lamentáveis.

Anos depois, os familiares mudaram de ideia sobre a transferência do corpo, mas o impasse entre os herdeiros dificultou a resolução da burocracia para a reforma do mausoléu.

Manuel Francisco dos Santos, lendário camisa 7 do Botafogo, morreu aos 49 anos em 20 de janeiro de 1983, derrotado na luta contra complicações do alcoolismo. "Aqui descansa em paz aquele que foi a alegria do povo", diz a mensagem na lápide simples de Garrincha no cemitério de Magé. À época do enterro, as despesas foram custeadas pelo cantor Agnaldo Timóteo.


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