Bastará uma vitória na estreia em Roland Garros nesta quarta-feira (31) para o duplista Marcelo Melo, 33, inaugurar um clube exclusivo para o tênis brasileiro: o de 400 vitórias em uma só categoria do circuito profissional.
Compondo parceria com o polonês Lukasz Kubot, a quarta mais bem ranqueada na chave do Grand Slam francês, o mineiro enfrenta os anfitriões Jeremy Chardy e Julien Benneteau.
Homenageado pelos organizadores devido ao aniversário de 20 anos de seu primeiro título no saibro de Paris, Gustavo Kuerten venceu 358 jogos de simples entre 1995 e 2008. Somando seus triunfos pelas duplas, o catarinense chegaria a 466. No entanto, na hora de definir recordes, a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) tem por hábito computar os jogos válidos por um tipo de competição.
"Quando você começa a jogar, é difícil dizer que um dia chegaria a 400 vitórias. Várias coisas podem acontecer pelo caminho, que é difícil e longo. É uma meta meio irreal ou surreal, podemos dizer. Mas fico feliz por ter conseguido, por indicar que fiz as coisas certas e sigo fazendo", afirmou.
Quando se vence bastante, a memória tenista pode se confundir sobre determinadas partidas? Afinal, o circuito apresenta um dos calendários mais exigentes do esporte mundial ± neste ano, se estende de 1ë de janeiro a 19 de novembro. É uma sucessão de partidas, embarques e desembarques.
No caso de Melo, ex-número um do mundo, não. "São muitos jogos, mas com certeza me lembro de detalhes dos jogos mais importantes ao longo dessa trajetória. Acabo guardando especialmente os jogos que ganhamos [risos]. Pode ser do primeiro ponto do torneio até o do título", disse.
Para reforçar a memória, o mineiro guarda em casa objetos daqueles triunfos que julga mais especiais. Nessa lista, inclui três em especial: seu primeiro título, em Estoril (Portugal), em 2007; o primeiro Grand Slam, Roland Garros-2015; quando subiu ao topo do ranking, em 2015, jogando em Viena (Áustria).
Melo tem 24 títulos de duplas na carreira. Nesta temporada, já são dois, pelos Masters 1000 de Miami e Madri, somando 19 vitórias e 8 derrotas no geral. É o atual número quatro do mundo, mas, após derrota logo na estreia do atual líder, o finlandês Henri Kontinen, o brasileiro tem chances de voltar ao topo. Precisa chegar à final, sem que o francês Nicolas Mahut passe das quartas.
Primeiro tem de fazer a sua parte, aumentando a contagem de vitórias. "Falei com meu irmão [Daniel, ex-jogador e seu técnico] no início que acreditava muito que poderia ir longe, mas que precisava aprender a visualizar esses momentos. Quando ganhei meu primeiro ATP com o André [Sá], começou a acontecer. Aí foi uma bola de neve"m disse. "Quem sabe agora eu não possa chegar a 500? Seria mais uma meta expressiva, mas por que não?"