Folha de S. Paulo


Estreia de Bellucci em Roland Garros mobiliza brasileiros em Paris

Dolores Ochoa/Associated Press
Bellucci durante jogo do Brasil contra o Equador, pela Copa Davis
Bellucci durante jogo do Brasil contra o Equador, pela Copa Davis

A quadra número 17 de Roland Garros foi ponto de encontro entre brasileiros neste domingo (28), em Paris.

Sem bandeiras ou batuque, estavam em menor número diante de franceses e sérvios, mas fizeram mais barulho com a vitória de virada do número 1 do tênis nacional e 61º do mundo, Thomaz Bellucci, sobre o sérvio Dusan Lajovic, por 3 a 1, com parciais de 4/6, 7/5, 6/4 e 6/4.

O empresário Leandro de Oliveira, de Brasília, era um dos mais animados. "Sou pé-quente. Assim que cheguei à quadra, Thomaz começou a virar o jogo", disse.

Ele e a mulher, a artista plástica Elka Cascão de Oliveira, estão em Roland Garros pela décima vez.

"Assistimos às três vitórias de Guga (Gustavo Kuerten) aqui", conta Leandro.

Felipe Borgain, carioca que está em Paris há dois anos fazendo mestrado em Tecnologia da Informação, viu Bellucci jogar ao vivo pela primeira vez. Adorou a experiência, mas reclamou muito do calor na cidade. "No Rio não é seco como aqui."

Após o confronto, que durou quase três horas, o tenista brasileiro confessou que a temperatura na França, acima de 30 graus, influenciou em seu desempenho.

"Em muitos momentos, achei que não ia dar para ganhar o jogo. Eu estava muito cansado", concluiu Bellucci. "Foi a vitória da superação", completou o brasileiro.

Isa Casado, o filho André e o casal de amigos Fernanda Lima e Gustavo Rocha, todos do Rio, engrossaram a torcida por Bellucci. Os quatro estavam estreando no Grand Slam francês.

Isa também reclamou bastante do calor. "Vim aqui para sentir frio."
Pela manhã, ela estava assistindo ao jogo em que o espanhol Pablo Carreño Busta venceu o alemão Florian Mayer (6/4, 6/2 e 6/2), mas desistiu após um set e buscou uma sombra. Fernanda foi outra a lamentar o calor forte.
"O torneio é muito charmoso, mas só agora entendi por que usam chapéu na torcida."

Gustavo elogiou tudo, mas afirmou que a parte que mais lhe interessa em Roland Garros é a estética, especialmente no jogo feminino.

André, apesar de gostar da experiência no torneio francês, reclamou do aperto nos corredores do complexo.

Cinco jovens tenistas brasileiros de 17 anos que estão na cidade para disputar o torneio juvenil de Roland Garros se juntaram à torcida por Bellucci. Para Tiago Wild, Gilberto Klee, Cristian de Oliveira (que treinam no Rio), Natalia Volpe, do Paraná, e Gabriel de Camps, de São Paulo, o compatriota é sempre uma inspiração para que eles avancem na carreira.

Na próxima rodada, Bellucci enfrentará o francês Lucas Pouille (17º). Ele também jogará a chave de duplas, ao lado do argentino Carlos Berlocq. O público brasileiro terá mais motivos para se reunir em Roland Garros.


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