Folha de S. Paulo


São Paulo empata, sofre terceira eliminação consecutiva e é vaiado

Léo Pinheiro/Código19/Folhapress
Partida entre São Paulo e Defensa y Justicia, válida pelo jogo de volta da primeira fase da Copa Sul-Americana de Futebol 2017
Jogadores do São Paulo lamentam eliminação contra o Defensa y Justicia

O São Paulo teve 18 dias para consertar a defesa, que vinha mal, e turbinar o ataque, que estava entre os mais prolíficos do país. Nesta quinta-feira (11), provou que o período de folga não resultou nem em um nem em outro.

Com um futebol pobre em todos os setores do campo, o time empatou em 1 a 1 com o Defensa y Justicia, da Argentina, no Morumbi e amargou a terceira eliminação consecutiva nesta temporada.

Bastava vencer o desconhecido adversário para avançar à segunda fase da Copa Sul-Americana não repetir o que ocorrera na Copa do Brasil -quando caiu contra o Cruzeiro- e do Campeonato Paulista. Na partida de ida, em Lanús, havia obtido empate em 0 a 0 contra o rival.

Agora, com o moral atingido, o time tricolor só tem mais uma competição para disputar em 2017: o Brasileiro, que começa neste fim de semana.

No domingo (14), reencontra o Cruzeiro pela estreia do campeonato nacional.

Nesta quinta, a julgar pelo início da partida, a impressão era de que o São Paulo imporia uma goleada história. Com 28 segundos, Pratto chegou a marcar após passe de Cueva, mas o gol foi anulado por impedimento -marcado corretamente pelo juiz.

O ritmo intenso logo gerou resultado. Aos 5 min, o volante Thiago Mendes dominou na entrada da área da equipe argentina e disparou um chute cruzado fortíssimo, inapelável para o goleiro Arias, e pôs o mandante na frente.

A vantagem animou os torcedores são-paulinos, que enfim viam um bom futebol do time. A alegria pouco durou.

Aos 10 min, o Defensa chegou ao empate com um arremate forte de Castellani.

A partir daí, enquanto o ataque se mostrava atabalhoado e sem criatividade -a única finalização correta foi a que rendeu o primeiro gol -a defesa tricolor voltou a apresentar vulnerabilidade.

O zagueiro Lucão, geralmente criticado pela torcida, voltou a ter má atuação.

Tão logo foi eliminado do Paulista, o técnico Rogério Ceni afirmou que tentaria aproveitar as quase três semanas de recesso para ajustar problemas defensivos de um time que sofreu 23 gols no Estadual -ou 1,4 por jogo.

Não surtiu efeito. Diante de uma zaga adversária insegura, os argentinos dominaram praticamente todo o restante da etapa inicial, e só não viraram o marcador graças à ótima intervenção de Renan Ribeiro no chute de Bouzat, nos acréscimos da etapa.

Na saída para o vestiário, a torcida não poupou vaias à equipe de Rogério Ceni.

Na volta do intervalo, o que se viu continuou pouco digno de aplauso. Neilton deu lugar a Gilberto, artilheiro são-paulino na temporada, mas o problema estava mais na criação que na conclusão.

Cueva, responsável por alimentar os centroavantes, errou quase tudo o que tentou e foi substituído por Thomaz.

Nada funcionou. E o São Paulo caminha para uma das temporadas mais vexatórias dos últimos anos. "A eliminação foi justa", disse Pratto.

PÚBLICO FOGE DO MORUMBI

Clube com a melhor média de público no Campeonato Paulista, o São Paulo perdeu prestígio com seus fãs. As desclassificações no Estadual e na Copa do Brasil parecem ter desanimado sua torcida.

Apesar de os jogadores terem destacado nos dias anteriores ao jogo que o apoio dos torcedores no Morumbi seria importante para a classificação, apenas 14.999 pessoas foram ao estádio, terceiro pior do clube na temporada.

O número de espectadores só foi superior aos da vitória sobre o São Bento, em fevereiro (14.011), e do empate com o Ituano, em março (11.886).

"Não jogamos bem. Agora é trabalhar", disse João Schmidt.


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