Folha de S. Paulo


Corinthians faz papel de coadjuvante no Troféu Maria Lenk

Satiro Sodré/SSPress
Brandonn Almeida durante prova do Troféu Maria Lenk
Brandonn Almeida durante prova do Troféu Maria Lenk

Campeão em 2014 e representado por quatro atletas nos Jogos Olímpicos do Rio, o Corinthians tem ocupado o papel de coadjuvante no Troféu Maria Lenk, principal competição nacional, no Rio.

O clube cortou 80% do investimento na modalidade após a Olimpíada para priorizar as categorias de base.

Também excluiu de seus quadros Leonardo de Deus, Thiago Simon e Felipe França, que tinham salários altos e haviam participado dos Jogos do Rio. Todos eles acertaram com a Unisanta.

Atualmente, o teto salarial estipulado pela diretoria corintiana para a natação não chega a ultrapassar R$ 2.000.

O único nadador "olímpico" mantido foi Brandonn Almeida, 20, que nadou os 400 m medley e os 1.500 m livre no Rio e é formado no clube.

A estratégia não representou um despencar da equipe no Troféu Maria Lenk. Até o final da etapa desta sexta-feira (5), o Corinthians era o quarto colocado na tabela geral de pontuação entre dez participantes –atrás de Pinheiros, Minas Tênis Clube e Unisanta, que nesta ordem lideravam a listagem.

A considerar que o alvinegro possui em sua delegação apenas nadadores nascidos entre 1999 e 2001, o resultado é interessante. O time está à frente do Sesi-SP, que tem nomes como Etiene Medeiros e Henrique Rodrigues.

Nesta edição, o Corinthians tem 26 inscritos, de acordo com listagem da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).

Em 2016, foram 29. Em 2015, 43, e em 2014, no ano do último título nacional, 58.

"Eu achei muito boa a iniciativa do clube de focar nas categorias de base, fazer novos Brandonns, e dar mais apoio para quem sabe no futuro ter mais atletas olímpicos formados lá", afirmou Almeida, que divide treinos com o irmão Bruce, outra prata da casa alvinegra.

Ambos disputaram na noite desta sexta-feira a final dos 400 m medley.

À parte a atitude ousada de priorização as promessas –muitas delas podem estar no Mundial júnior de Indianápolis, neste ano–, a estratégia vai na direção contrária do que o Corinthians fez recentemente. O clube investiu de forma pesada para formar equipes competitivas.

Por exemplo, contratou o agora aposentado Thiago Pereira quando ele conquistou a prata olímpica nos 400 m medley, em Londres-2012.

O ex-nadador chegou até mesmo a ser exibido no gramado do Pacaembu após a conquista na Olimpíada.

Em 2014, quando ganhou o último de seus quatro títulos de Troféu Maria Lenk, o Corinthians contratou a húngara Katinka Hosszu, que à época já estava entre as melhores nadadoras do mundo.

Katinka explodiu nos Jogos do Rio, quando conquistou três medalhas de ouro.


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