Folha de S. Paulo


Cielo é bronze no 50 m borboleta; Nicholas Santos vence e bate recorde

Mauro Pimentel/Folhapress
César Cielo disputa a final dos 100 m livre no Troféu Maria Lenk, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), nesta quinta
Cielo durante o Troféu no Maria Lenk, no Rio

Cesar Cielo terminou em terceiro lugar na prova dos 50m borboleta, prova não olímpica, com a marca de 23s22, nesta sexta-feira (5), no Troféu Maria Lenk, disputado no Rio de Janeiro. O ouro ficou com Nicholas Santos, 37, que com a marca de 22s61 estabeleceu novo recorde sul-americano.

"O objetivo principal era bater o recorde sul-americano. Foi até mais rápido do que eu pensei. Acho que o que tem me motivado bastante é essa busca por quebrar os recordes, minhas marcas. Agora é pensar nesse recorde mundial que é de 22s43", afirmou o nadador.

É o melhor registro desde 2010, quando foram banidos os trajes de poliuretano que comprimiam o corpo e ajudaram na flutuabilidade. O recorde mundial, de 22s43, feito pelo espanhol Rafael Muñoz em 2009, foi obtido com a vestimenta.

Nicholas foi vice-campeão Mundial desta prova em Kazan, 2015, e agora está na briga por uma vaga no Mundial de Budapeste. O segundo colocado foi Henrique Martins, com 23s06.

Cielo, que ficou com o bronze, já havia sido bicampeão mundial da distância, nas edições de Xangai-2011 e Barcelona-2013. Também carregou por anos o recorde sul-americano da prova, com 22s76.

"Foi uma prova boa. Eu tinha mirado um pouco mais baixo do que isso. Queria colocar 23s como meta, então não fugiu muito. Acho que o final pesou demais. Dei pouquíssimas braçadas de borboleta nesse ano, então eu estou meio sem ritmo. Sem saber direito como nadar. Vou procurar melhorar para o futuro", disse o nadador de 30 anos.

Neste Troféu Maria Lenk, Cielo já havia disputado outras duas provas: o revezamento 4 x 50 m livre, no qual triunfou com o Pinheiros com o melhor parcial da prova (21s32), e os 100 m livre, em que terminou em terceiro lugar.

Com o bronze na distância, o velocista deve ser convocado para compor o revezamento 4 x 100 m livre no Mundial de Budapeste (Hungria), em julho. Os outros integrantes devem ser Gabriel Santos, Marcelo Chierighini e Bruno Fratus.

Antes do Maria Lenk, Cielo estava havia um ano sem nadar uma competição de primeira linha. A última havia sido a seletiva nacional para os Jogos Olímpicos do Rio, em abril de 2016, na qual foi eliminado dos 50 m livre ao terminar em terceiro atrás de Italo Duarte e Bruno Fratus.

Enquanto esteve ausente das piscinas, o campeão olímpico dos 50 m livre em Pequim-2008 pouco apareceu. Recusou convites para participar do revezamento da tocha olímpica e para ser um dos destaques da cerimônia de abertura da Rio-2016.

Ele decidiu voltar a nadar somente em janeiro, após participar de uma exibição na Argentina e fazer testes que comprovaram que ainda estava em boa forma física.

No mês seguinte, ele costurou um retorno ao Esporte Clube Pinheiros, onde se projetou, e voltou a ser treinado por Alberto Pinto da Silva, o Albertinho, com quem tinha rachado em 2013.

Neste sábado, Cielo disputa as eliminatórias dos 50 m livre, prova que é sua prioridade neste retorno. Ele tenta se classificar para a final, que ocorre a partir das 19h, e nela obter um tempo que possa render uma vaga na seleção em Budapeste.


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