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Paulo Roberto supera críticas no Corinthians e ganha chance na final

Alberto Rocha/Folhapress
São Paulo, SP, Brasil, 02-05-2017: Paulo Roberto, 30, volante do Corinthians. (foto: Alberto Rocha/Folhapress)
O volante Paulo Roberto, no CT do Corinthians

Antes mesmo de ser apresentado e vestir a camisa do Corinthians, o volante Paulo Roberto, 30, foi rejeitado por parte dos torcedores.

Reserva de Rithely, do Sport, no Brasileiro do ano passado, o jogador chegou a São Paulo desacreditado. Após o anúncio de sua contratação, houve postagem nas redes sociais dizendo que o "projeto Série B 2018 estava apenas começando".

Apesar da experiência, Paulo Roberto ficou chateado principalmente quando viu sua mãe e sua mulher chorarem. Mas quem pensou que isso iria afetar o seu futebol se enganou.

"O caso até me ajudou nos primeiros treinos e na Florida Cup. Não era nem que eu queria mostrar para as pessoas que elas estavam erradas. Eu queria provar para mim que podia vestir essa camisa", disse o volante à Folha.

E ele provou. Neste domingo (7), a titularidade no jogo de volta da final do Campeonato Paulista, diante da Ponte Preta, será sua. Após atuar 30 minutos no jogo de ida no lugar de Gabriel, suspenso para a partida decisiva, Fábio Carille o confirmou na vaga.

"Já era um sonho vestir essa camisa, então eu venho realizando alguns sonhos ultimamente. Disputar uma final de Paulista em um clube gigante como esse, com certeza vai ser mais um", projetou.

O Corinthians já tem uma boa vantagem na decisão. No primeiro confronto, venceu a Ponte Preta por 3 a 0 e pode até perder por dois gols de diferença que ainda assim garante o seu 28º Paulista.

Embora esteja muito próximo do troféu, Paulo Roberto rechaçou a ideia do "já ganhou" e mostrou respeito à equipe de Campinas, pela qual jogou em 2013.

"Vai ser um jogo difícil. Logo depois da vitória [no Moisés Lucarelli] a gente falou que não tem nada ganho. Demos um grande passo, mas a gente não pode abaixar a cabeça", afirmou.

Nascido em Lavras, no sul de Minas Gerais, o volante associou o sucesso do Corinthians ao estilo mineiro. "Esqueceu as provocações e 'comeu pelas beiradas', quietinho".

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São Paulo, SP, Brasil, 02-05-2017: Paulo Roberto, 30, volante do Corinthians. (foto: Alberto Rocha/Folhapress)
O volante corintiano Paulo Roberto ganhou uma chance na final do Paulista

DEPRESSÃO

Uma grave lesão em 2012 por pouco não encerrou a carreira de Paulo Roberto.

Em treino pelo Atlético-PR, clube que defendeu entre 2011 e 2013, saltou para não ser atingido por um carrinho e, ao pisar no chão, rompeu os ligamentos do tornozelo.

A sua primeira cirurgia teve um erro médico e a recuperação se tornou ainda mais longa. Consequentemente, a depressão tomou conta de si.

"Fiquei um ano e quatro meses parado. No meio do tratamento, eu largava, ia pra casa, ficava uma semana sem fazer nada, querendo parar de jogar", lembra.

Em um segundo procedimento, foi retirada uma parte da cartilagem do joelho e colocada no tornozelo. Retornou aos campos e hoje vê um lado positivo na lesão.

"Se eu não tivesse essa cirurgia talvez eu não estaria no Corinthians. Eu poderia nem estar jogando bola. Eu era totalmente diferente. Não era de ir para a noitada, mas não tinha uma vida de atleta profissional", afirmou.

Companheiro de Paulinho nas categorias de base no extinto Pão de Açúcar, ele tenta se espelhar no volante da seleção para sair do anonimato e se tornar ídolo corintiano.


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