Folha de S. Paulo


'Leve' após prisão de dirigentes, Joanna Maranhão bate recorde

Satiro Sodré/SSPress/CBDA
Joanna Maranhao. Trofeu Maria Lenk. Parque Aquatico Maria Lenk. 02 de Maio de 2017, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Joanna Maranhão comemora recorde no Troféu Maria Lenk

Joanna Maranhão, 30, foi um destaques do primeiro dia do Troféu Maria Lenk, no Rio, ao bater o recorde brasileiro dos 400 m livre, com a marca de 4min09s41. O tempo lhe rendeu o título nacional em uma prova que não é sua prioridade.

Mais curioso do que isso foi a explicação que a pernambucana deu para obter o triunfo. Rival contumaz da antiga cúpula da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), que foi presa em abril em operação da Polícia Federal, ela disse que está "leve" depois que os dirigentes saíram de cena.

Coaracy Nunes, Sérgio Alvarenga, Ricardo Cabral e Ricardo de Moura, que estão detidos, são acusados de improbidade administrativa e desvio de verba pública.

"Não há mais nada que me segure nem ninguém que segure os esportes aquáticos", afirmou a nadadora, especialista nos 400 m medley, prova em que terminou na quinta posição nos Jogos de Atenas-2004.

Ela disse que "nunca pensou ser capaz" de nadar os 400 m livre em 4min09. "Mas parecia que dessa vez eu tinha mais gás."

"Eu só consigo repetir a palavra 'leve'. Tenho muita esperança do que vai vir para a natação pela frente", complementou.

Joanna entrou com ação na Justiça para impedir que a eleição para presidência da CBDA ocorresse, alegando que era necessário compor nova comissão de atletas.

Essa comissão teria de ser eleita por votação aberta, e não por indicação do presidente da confederação –no caso Coaracy Nunes, agora preso.

A Justiça deferiu decisão a favor da requerente. Na esteira dos acontecimentos, um interventor (o advogado Gustavo Licks) foi designado interventor da entidade, no lugar de Nunes, que completou seu mandato.

As eleições para a chefia da CBDA ainda não têm data para serem realizadas.

Joanna, que defende o Unisanta, chegou até mesmo a depor perante o Ministério Público Federação em São Paulo a respeito das supostas irregularidades cometidas dentro da CBDA.

"A natação pode até ser um esporte individual dentro da água. Mas, fora dela, a gente tem que começar a agir como time", defendeu.


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