A festa da torcida da Ponte Preta antes do jogo terminou em confusão após o apito final do árbitro.
Os 17.322 presentes no Moisés Lucarelli chegaram ao estádio confiantes em um bom resultado. O time avançou à final após eliminar o Santos, nas quartas de final, e o Palmeiras, na semifinal.
Bandeiras, sinalizadores e tambores ditavam o ritmo da celebração nas ruas de Campinas minutos antes do duelo começar. Nas arquibancadas, os pontepretanos seguiam um animador que contagiava o ambiente com músicas e danças.
A entrada do time em campo foi sob fogos de artifício e fumaças coloridas.
Mas foi só Raphael Claus autorizar o início do primeiro jogo da final do Paulista que a tensão tomou conta.
Logo após Rodriguinho abrir o placar para o Corinthians, os donos da casa se calaram. Já os corintianos, que também lotaram a área destinada a eles, se sobressaíram nos gritos.
Sem conseguir chegar ao gol de Cássio, o time da Ponte Preta pouco empolgou. A vibração nas arquibancadas tornou-se, então, ainda mais modesta.
"É um sentimento de tristeza total. Não faltou entrega, mas faltou cabeça e técnica", afirmou Samir Salim, 54, empresário e torcedor do time.
Quando Aranha foi vazado pela segunda vez, objetos foram arremessados dentro do campo em direção aos jogadores do Corinthians. O árbitro entregou um chinelo nas mãos do delegado da partida.
A decepção tornou-se completa no terceiro gol corintiano. Alguns torcedores, inclusive, discutiram nas arquibancadas e a Polícia Militar teve que intervir.
Mesmo desapontados com o resultado desfavorável, os pontepretanos não vaiaram os atletas, que saíram de campo com o canto que empurrou o time até a final do Estadual: "Ponte, macaca querida, amor da minha vida".
Alguns mais exaltados entraram em confronto com policiais na saída do estádio. A PM usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar os torcedores.
Segundo a PM, durante o jogo, houve apenas um incidente. Um torcedor da Ponte Preta tentou pular de um setor de arquibancada para outro e foi agredido por um segurança. Ele foi levado para o hospital e depois liberado.
"Tenho certeza que nossa torcida vai lotar o espaço destinado a ela em São Paulo. Não acabou", afirmou o técnico Gilson Kleina após a partida.