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Pottker sai do anonimato e tenta se despedir da Ponte Preta como ídolo

Ale Cabral/Agif/Folhapress
William Pottker comemora após marcar o gol da vitória da Ponte Preta sobre o Santos, pelas quartas do Paulista, no Moisés Lucarelli
William Pottker comemora após marcar o gol da vitória da Ponte Preta sobre o Santos

Obcecado por metas, jogador de muita personalidade e centrado dentro e fora das quatro linhas. Essas foram as principais características que tiraram o atacante William Pottker, 23, do anonimato para virar o principal nome da Ponte Preta, finalista do Campeonato Paulista.

Contratado há quase um ano após se destacar pelo Linense no Estadual de 2016, ele caiu rapidamente nas graças da torcida do clube alvinegro com o bom desempenho no Brasileiro, quando terminou como um dos artilheiros com 14 gols —ao lado de Diego Souza e Fred.

Com nove gols, também divide a liderança de gols no Paulista com Gilberto.

Mesmo assim, viveu sob desconfiança da torcida no início deste ano. Logo na primeira partida do Estadual contra a Ferroviária, o atacante foi vaiado pelos no Moisés Lucarelli. A reação tinha origem na negociação do atacante para se transferir ao Corinthians, justamente o rival da primeira final deste domingo (30), às 16h (Globo e SporTV), no Moisés Lucarelli.

O negócio com o clube da capital, porém, não foi concretizada. Uma semana depois, acertou com o Internacional -será apresentado pelo clube gaúcho logo após o segundo jogo da decisão.

Miguel Schincariol/Folhapress
Felipe Melo e William Pottker disputam lance no Allianz Parque, em SP; Palmeiras vence a Ponte Preta no final, mas é eliminado do Paulista
Pottker é marcado por Felipe Melo, do Palmeiras, na semifinal do Paulista

"A vaia é normal porque estamos mexendo com paixão. É um clube que tem muita torcida. Me tratam com muito carinho", disse o atacante em entrevista à Folha em março.

A frieza e segurança demonstradas por Pottker neste momento não foi uma novidade para Moacir Júnior, que trabalhou com o jogador no Linense.

"Ele mostrou ter essa personalidade logo na nossa primeira conversa. Ele chegou e me disse que ia arrebentar no Campeonato Paulista porque considerava a grande chance da carreira. Logo depois, falou para o nosso grupo que os três meses de Paulista poderiam mudar a vida dele e de todos do elenco. Essa postura chamou a minha atenção", afirmou o treinador.

Filho de um pedreiro e de uma faxineira —que deixou de trabalhar no final do ano passado—, o atacante, que sempre procura ajudar a família, começou na base do Figueirense, mas nunca teve oportunidades. Ele ainda rodou pelo Gandzasar, da Armênia, Ventforet Kofu, do Japão, Red Bull e Braga. Na Armênia, enfrentou nevascas.

"Foram experiências novas que ajudaram no meu amadurecimento para eu poder viver este momento. É o melhor momento da minha carreira", disse o jogador.

Pottker não esconde de ninguém também que gosta de estabelecer metas na carreira. Ele escreve os seus desejos e cola no teto do seu quarto. Foi assim em todos os clubes que passou.

"Quando você mentaliza pode se tornar um pouco mais fácil. Metas pessoais não gosto de falar, mas o meu desejo é ser campeão pela Ponte Preta. Se eu conquistar este título, aí sim posso virar ídolo. Hoje, tem o Dicá e outros jogadores que ficaram na Ponte Preta por muitos anos e se tornaram ídolos".

Maestro da Ponte Preta no vice-campeonato de 1977, Dicá também concorda com o atacante. "O jogador que conquistar um título pela Ponte Preta vai virar ídolo. O Pottker está atravessando uma grande fase e já é tratado com carinho pelos torcedores".

Estatísticas de Jô e Pottker - Atacantes são decisivos em Corinthians e Ponte Preta

NA TV
Ponte Preta x Corinthians, Moisés Lucarelli
16h - Globo e SporTV


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