Em janeiro, o técnico Fábio Carille afirmou à Folha ser adepto dos sistemas 4-1-4-1 e 4-2-3-1, mas reconheceu que ainda não sabia qual seria a tática que utilizaria no ano.
Três meses se passaram e o treinador não só definiu a formação como também vem obtendo êxito com ela, principalmente devido à força defensiva do Corinthians.
Neste domingo (23), às 16h, ele colocará mais uma vez à prova o seu 4-2-3-1 no jogo de volta da semifinal do Campeonato Paulista diante do São Paulo, no Itaquerão. No primeiro confronto, a tática funcionou. O time saiu de campo sem tomar gols e ainda marcou dois na casa do rival.
Para avançar à final, da qual não participa desde 2013, o clube alvinegro pode perder por até um gol de diferença. Caso a vantagem dos são-paulinos seja de dois, a decisão vai para os pênaltis.
Nos 22 jogos disputados no ano, o Corinthians só foi vazado em duas oportunidades no mesmo confronto diante do Santo André, quando perdeu por 2 a 0, e contra o Mirassol, quando venceu por 3 a 2. Ao todo sofreu 12 gols, média de 0,5 por partida.
"A defesa vem bem, mas acho que não é só o mérito da linha defensiva, é o conjunto geral. Às vezes, não se percebe, mas Romero, Jadson, esses jogadores, cumprem funções defensivas. Jogador de ataque que não cumpre vai ficar para trás", disse Cássio.
A análise feita pelo goleiro pode ser vista exatamente no duelo contra o São Paulo.
Logo após o gol de Jô, aos 20 min do primeiro tempo, o lateral são-paulino Araruna estava com a bola na direita e tinha ao lado o companheiro Thiago Mendes. Eles até poderiam fazer uma tabela, mas eram marcados por três homens (Romero, Arana e Gabriel). Acabaram neutralizados (veja abaixo).
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
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| Lances de jogos no Campeonato Paulista mostram as armas de Fábio Carille |
A formação adotada pelo comandante permite que os dois volantes, Gabriel e Maycon, protejam os laterais.
Como os dois pontas, no caso Romero e Jadson, também têm a função de defender, a zaga fica congestionada, com nove jogadores.
Como só defender não ganha jogo, a arma para chegar ao triunfo é a rápida transição para o ataque. Rodriguinho, que também ajuda na marcação, é um curinga. Ele espera receber a bola no meio de campo para acionar Jô. Ou, muitas vezes, é ele quem chega para finalizar.
Foi assim contra o Botafogo, nas quartas de final do Estadual. Após a zaga recuperar a bola, foram necessários 11 toques na bola até que o meia de 1,77 m cabeceasse livre para fazer o gol da vitória.
ESTUDIOSO
Carille é um especialista em sistemas defensivos. Adepto aos estudos, está na fase final do curso pró da CBF, a última etapa para ganhar o certificado de treinador.
Além disso, mantém contato com jogadores na Europa, sobretudo com o zagueiro Felipe, atualmente no Porto e campeão brasileiro de 2015 pelo Corinthians.
O defensor, inclusive, saiu do Brasil com muitos ensinamentos de Carille.
Quando auxiliar técnico (2009 a 2016), era ele quem treinava a defesa de Tite, ex-treinador do Corinthians e hoje na seleção brasileira.
Calmo e exigente, Carille preza pela perfeição e gosta do diálogo com os jogadores.
Embora esteja bem defensivamente, ele ainda deseja ter um time mais perigoso no ataque. Nos 22 duelos do ano, foram 25 gols feitos pelo time.
"Continuar sólido no sistema defensivo e melhorar os passes simples. Estamos fazendo triangulações, mas há muitos erros. Quando crescermos nessa parte técnica, criaremos mais possibilidades de gol", disse o treinador.
CLIMA CONTINUA BOM
O técnico Fábio Carille afirmou nesta sexta (21) que a eliminação para o Internacional na Copa do Brasil não afetou o ânimo dos jogadores corintianos. "É claro que ontem [quinta] o pessoal estava um pouquinho cabisbaixo, mas é normal. Não dá para chegar sorrindo. Mesmo assim, foi muito melhor que o esperado", disse ele, que confirmou que deve repetir a escalação do time no clássico deste domingo.
NA TV
Corinthians x São Paulo
16h Globo (para SP)