Folha de S. Paulo


Principal aposta do Palmeiras, Borja tem 1ª prova de fogo no clube

Robson Ventura/Folhapress
Borja comemora seu gol marcado na vitória do Palmeiras sobre a Ferroviária
Borja comemora seu gol marcado na vitória do Palmeiras sobre a Ferroviária

Quando anunciou a contratação do atacante colombiano Miguel Borja, 24, no começo de fevereiro, o Palmeiras parecia ter trazido não somente um atleta do Atlético Nacional, da Colômbia, campeão da Libertadores em 2016, mas o passaporte para o Mundial de Clubes de 2017.

Ao custo de mais de R$ 32 milhões -pagos pela patrocinadora Crefisa-, o "Rei da América" de 2016, título concedido pelo jornal uruguaio "El País" para o melhor jogador da América do Sul, era a peça que faltava, para o time montado para conquistar a Libertadores deste ano, o substituto de Gabriel Jesus.

Neste sábado (22), Borja terá sua primeira prova de fogo pelo novo clube: estão depositadas nele as esperanças dos palmeirenses de vencer a Ponte Preta por pelo menos três gols de vantagem para levar a decisão da vaga na final do Paulista para os pênaltis.

A equipe perdeu por 3 a 0 o jogo de ida no estádio Moisés Lucarelli. Vitória por mais de três gols de diferença classifica o Palmeiras.

A partida contra o time de Campinas tem uma importância a mais para Borja. No primeiro jogo, ele fez sua pior partida pelo Palmeiras, errando tudo que tentou.

Com desempenho ainda oscilante, com quatro gols em dez jogos, ele já começa a ouvir críticas de parte dos torcedores, e tem agora a chance de provar sua qualidade.

Descrito pelo técnico Eduardo Baptista como "um monstro" ofensivamente, o colombiano tem uma personalidade retraída, o que poderia estar retardando sua adaptação ao Brasil.

Em termos de comportamento, ele é classificado como quase o oposto do seu compatriota Mina, bastante expansivo e brincalhão, visto constantemente dançando no vestiário. Borja é tímido, avesso a entrevistas e ainda não fez grandes amizades no elenco. Outro traço de sua personalidade é a extrema devoção religiosa.

Nos primeiros jogos, a comissão técnica identificou deficiências do colombiano na marcação, com a qual ele pouco colaborava.

Depois de ser instruído na semana de preparação para o jogo de volta contra o Grêmio Novorizontino, pelas quartas de final do Paulista, ele passou a ajudar mais.

FINALIZADOR

Borja tem se destacado pela velocidade e pela presença de área. Em termos de finalizações, ele acertou 15 na meta adversária, apenas uma a menos que Gilberto, do São Paulo, artilheiro do Paulista com nove gols, e seis a menos que Pottker, que também tem nove gols, segundo números do site de estatísticas de futebol Footstats. No entanto, a bola não tem entrado com a frequência que se esperava.

Para os mais otimistas, em breve Borja mostrará a mesma qualidade que o transformou no maior goleador do Campeonato Colombiano, com 19 gols em 22 jogos pelo Cortuluá, em 2016. Faltaria apenas que o atacante superasse seus problemas com a adaptação ao Brasil.

Os mais pessimistas, porém, apontam a trajetória irregular do atacante, que fez uma temporada deslumbrante apenas no ano passado -Borja já passou por Cúcuta (COL), La Equidad (COL), Livorno (ITA), Olimpo (COL) e Santa Fe (COL) e pouco mostrou antes de arrebentar no Cortuluá e também no Atlético Nacional, onde fez 27 partidas e 17 gols.

Em 2016, ele mostrou que gosta de mata-mata: em quatro jogos da fase eliminatória da Libertadores, fez cinco gols, sendo que o último deles foi o que garantiu o título ao Atlético Nacional.

Neste sábado (22), Borja terá a oportunidade de mostrar seu poder de decisão.


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