Folha de S. Paulo


Desejo antigo do Corinthians, zagueiro Pablo vira unanimidade no setor

Marcelo D. Sants/Código19/Folhapress
O zagueiro Pablo durante coletiva do Corinthians, no CT Joaquim Grava (zona leste), na tarde desta segunda-feira
O zagueiro Pablo durante coletiva do Corinthians, no CT Joaquim Grava

Quando Pablo chegou ao Corinthians, em fevereiro deste ano, poucos torcedores conheciam o zagueiro de 25 anos. Mas foram necessários apenas 19 jogos e dois gols, para ele mostrar seu estilo e se tornar uma unanimidade.

A sua trajetória no clube alvinegro poderia começar antes, em 2015, com o técnico Tite, ex-treinador da equipe. Mas uma proposta do Bordeaux mudou seus planos.

"O Pablo tinha o sonho de jogar no Corinthians, mas financeiramente não tinha como recusar a proposta da França", diz Suianne Castro, mulher do jogador, à Folha.

Natural do Maranhão, Pablo foi descoberto pelo Cifut, o Centro de Inteligência do Futebol do Corinthians, que analisa jogadores no Brasil e no mundo. Destro e com 1,88 m, suas características eram parecidas com as de Cleber, hoje no Santos, e que deixou o Parque São Jorge em 2014.

"Ele estava jogando pouco no Bordeaux, e quando surgiu a proposta do Corinthians não pensamos duas vezes para voltar ao Brasil", emenda Suianne, companheira do atleta desde 2007.

Nesta quarta-feira (19), às 21h45, Pablo estará em campo para enfrentar o Internacional, pelo jogo de volta da quinta fase da Copa do Brasil, no Itaquerão. E se não sofrer gols, colocará o clube nas oitavas de final do torneio.

O jogo de ida, no Beira-Rio, foi 1 a 1 —o gol fora de casa é critério de desempate.

Em 21 jogos no ano, o Corinthians sofreu 11 gols, média de 0,5 gol por jogo. Pablo só não esteve presente contra Ponte Preta e Linense.

"Eu sabia do seu potencial, mas não imaginava quer seria tão rápido. Um cara que pegou a camisa, falou "opa aqui é meu e ninguém toma". Essa é a verdade. Dedicado, trabalhador demais. Estamos muito satisfeitos", elogiou o técnico Fábio Carille.

Para chegar no melhor momento da carreira, o zagueiro sofreu com as lesões e se viu diante da realidade de muitos jogadores que não se firmam em equipes e vão "rodando" pelo país.

Aos 15, iniciou nas categorias de base do Ferroviário, do Ceará. Dois anos depois, foi para o Iraty, do Paraná, e chegou ao Ceará, em 2009.

E foi na equipe cearense que sua vida tomou um rumo diferente. No dia 6 de maio de 2010, Pablo marcou o gol de empate sobre o PSV, em um amistoso entre as equipes, no Castelão. Na meta do time holandês estava Cássio, atual companheiro do defensor.

"O PSV entrou em contato com ele para um período de testes, mas como Pablo não tinha tempo suficiente em campo no profissional, não pôde tirar o visto", conta a mulher.

De volta ao Brasil, encontrou Luxemburgo no Grêmio. Lesionado, não atuou muito. Foi para o Avaí e saiu com problemas com a comissão técnica. Antes de ir para o Bordeaux, em 2015, passou pela Ponte Preta.

Com o bom desempenho nesta temporada, Pablo espera uma nova chance com Tite, mas agora na seleção.

Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians/Divulgação
SAO PAULO,SP - Pablo durante o treino esta tarde no CT Joaquim Grava, zona leste da cidade. (FOTO: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians / Divulgacao, VENCER) *** AGORA SAO PAULO *** ORG XMIT: Treino do Corinthians ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Pablo durante treino do Corinthians, no Centro de Treinamento do clube

INÍCIO DA CARREIRA

Pablo deu seus primeiros passos no futebol sob o comando de um antigo conhecido da torcida santista. No Ferroviário, em 2007, quando tinha 15 anos, o defensor teve como seu primeiro técnico Roberto Cearense.

Atual treinador do Floresta-CE, o ex-atacante atuou no Campeonato Brasileiro de 1989 com a camisa do Santos, e ao retornar a sua cidade natal se deparou com o garoto esguio.

"Ele começou como um volante/meia, mas vimos que talvez se o colocássemos mais recuado se sairia melhor. Víamos muito futuro no Pablo", conta Cearense à Folha.

Segundo o treinador, as condições de trabalho no clube eram precárias e ele tinha consciência de que se o defensor ficasse ali por muito tempo não conseguiria evoluir na cerreira.

"Eu sempre falava pro Pablo: "use o Ferroviário como uma nuvem, que logo vai passar". Lá ele não ia progredir. As condições eram muito ruins como em muitas equipes do Ceará", diz.

A previsão de Roberto Cearense estava certa. Em 2009, o zagueiro chegou ao Ceará, um dos maiores clubes do Estado e então despontou.

Divulgação/Ferroviário
O zagueiro Pablo durante treino de musculação no Ferroviário, do Ceará, em 2007
O zagueiro Pablo durante treino de musculação no Ferroviário, do Ceará, em 2007

NA TV
Corinthians x Inter
21h45 Rede Globo


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