Treze medalhistas olímpicos da natação brasileira assinaram um comunicado conjunto no qual pedem eleições democráticas e transparentes para o novo comando da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), cujo ex-presidente e outros dirigentes foram presos pela Polícia Federal nesta quinta-feira (6).
O documento é timbrado por Cesar Cielo, Thiago Pereira, Gustavo Borges, Fernando Scherer, Edvaldo Valério, Carlos Jayme, Ricardo Prado, Marcus Mattioli, Jorge Fernandes, Cyro Delgado, Djan Madruga e Manoel dos Santos –todos eles obtiveram algum pódio olímpico.
"Os medalhistas olímpicos de natação vêm se manifestar preocupados com o grave momento que atravessam os esportes aquáticos em função da intervenção na CBDA e prisão de seus diretores. Na certeza que a nossa comunidade é forte e resiliente, como são nossos esportes aquáticos, queremos nos colocar à disposição do interventor, senhor Gustavo Licks, para colaborar com o reerguimento da nossa Confederação que precisa de eleições mais democráticas e legítimas com a maior brevidade possível", afirmou o comunicado do grupo.
Licks foi designado como interventor da confederação dia 15 de março, com a saída do ex-presidente Coaracy Nunes, que a dirigia desde 1988. A Justiça acatou pedido de adiamento da assembleia geral da entidade pelo fato de o próprio Nunes ter indicado o representante dos atletas (Thiago Pereira), sem escolha por voto.
A nova eleição para a presidência da CBDA ainda não tem data definida, e só será estabelecida uma vez que esteja formada a nova comissão de atletas. Os candidatos são o opositor Miguel Cagnoni, presidente da Federação Aquática Paulista, e Sérgio Silva, chefe da federação baiana.
Em setembro, o Ministério Público Federal em São Paulo desencadeou uma operação, chamada Águas Claras, na qual pediu afastamento de toda a cúpula da CBDA devido a supostas fraudes em licitações e malversação de dinheiro público.
Posteriormente, a liminar que tirou os cartolas da entidade foi derrubada.
Segundo a polícia, as fraudes teriam acontecido em compras de passagens aéreas e equipamentos de natação e no pagamento de hospedagem e premiações. Os dirigentes da confederação utilizariam empresas de fachada pertencentes a amigos seus para desviar parte do dinheiro pago em contratos.