Folha de S. Paulo


Empresa interrompe patrocínio ao Boa Esporte após contratação de Bruno

Divulgação
Goleiro Bruno acerta por 2 anos com o Boa Esporte e volta ao futebol
Goleiro Bruno acerta por dois anos com o Boa Esporte e volta ao futebol

A empresa de suplementos alimentares Nutrends decidiu interromper o patrocínio ao Boa Esporte após o anúncio da contratação do goleiro Bruno por parte do clube mineiro. A decisão foi tomada pela direção da empresa na noite deste sábado (11). A empresa informou a Folha de que a ruptura acontece "em respeito aos nossos consumidores, clientes e a ética da empresa".

Desde o anúncio da contratação do goleiro, as páginas dos patrocinadores dos clubes têm sido tomadas por comentários críticos e xingamentos.

"Quando vocês vão se posicionar sobre patrocinar um time que tem assassino? É esse o valor da empresa?", "Patrocinando assassino. Que ridículo!", são algumas das mensagens recebidas pelo perfil da Nutrends, que tomou a decisão durante reunião extraordinária de seus diretores para discutir o impacto da contratação de Bruno sobre a marca.

Nesta sexta, a empresa já havia dito à reportagem que tinha sido pega de surpresa pela contratação do jogador.

Além da Nutrends, o Boa Esporte também conta com o apoio do grupo "Góis e Silva", de propriedade de Rafael Gois, que foi candidato a prefeito de São Gonçalo de Sapucaí, em Minas Gerais, em 2016, mas teve a candidatura indeferida, e é considerado um dos políticos mais ricos do país; e da fornecedora de material esportivo Kanxa. Ambas as empresas também têm recebido xingamentos nas redes sociais.

Ex-goleiro de Atlético-MG e Flamengo, Bruno estava preso desde 2010, acusado de envolvimento no assassinato de Eliza Samudio. Ele foi condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver contra a ex-amante, além de sequestro e cárcere privado do filho que ele teve com Eliza.

O jogador recorreu da decisão, mas não teve recurso julgado. Ele estava preso por decisão de primeira instância havia quase sete anos. Na decisão tomada no dia 21 de fevereiro e publicada no dia 26 pelo Supremo, o ministro Marco Aurélio Mello julgou não haver sustentação jurídica para manutenção do encarceramento. Bruno responderá ao processo em liberdade.


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