Folha de S. Paulo


Fabinho brilha no surpreendente ano do Monaco e busca seleção brasileira

Michel Euler/Associated Press
Monaco's Fabinho kicks the ball during the Champions League quarterfinal second leg soccer match between Monaco and Juventus at Louis II stadium in Monaco, Wednesday, April 22, 2015. (AP Photo/Michel Euler) ORG XMIT: XDB103
Fabinho domina a bola durante partida do Monaco

O Monaco é a maior sensação do Campeonato Francês, e tem no brasileiro Fabinho, 23, um de seus principais jogadores. Originalmente lateral direito, nesta temporada ele foi deslocado para a posição de volante pelo técnico português Leonardo Jardim, na qual ele tem brilhado tanto defensivamente, sendo líder em bloqueios de finalizações, como ofensivamente, com seis gols em 26 jogos.

O Monaco ocupa a primeira colocação do Francês a 11 rodadas do fim do torneio e está três pontos à frente do PSG, que sofre grande risco de perder hegemonia conquistada nos últimos anos, com quatro títulos enfileirados.

"O segredo é que estamos jogando ofensivamente, com pressão muito forte na bola e com uma transição com muita velocidade e muita gente", diz Fabinho, que curiosamente nunca jogou profissionalmente no Brasil.

"Estava no juniores do Fluminense, cheguei a ser convocado para o banco de reservas, mas nunca joguei. E então fui para o Rio Ave, de Portugal, em 2012, e meses depois fui contratado para a segunda equipe do Real Madrid [2012]. No ano seguinte, me transferi para o Monaco", lembra. A estreia profissional de Fabinho foi no Real Madrid B, no ano em que foi contratado. Em junho de 2013, jogou pela equipe principal do Real, dando assistência para Di María fazer um dos gols na vitória por 6 a 2 sobre o Málaga pelo Espanhol.

Cercado de brasileiros no Monaco, Fabinho explica que isso ajuda a equipe a ter um adicional de técnica.

"O Francês tem muito contato. Ao mesmo tempo, tem velocidade, é um torneio com muitos jogadores africanos, que têm essa característica", diz. No Monaco também jogam o zagueiro Jemerson, o lateral Jorge, e o meia Boschilia, que lesionou o joelho direito e só deve voltar a jogar na próxima temporada.

No ataque, a referência é o colombiano Falcao Garcia, 31, que roubou os holofotes ao marcar dois gols e perder um pênalti na derrota por 5 a 3 para o Manchester City pelas oitavas de final da Liga dos Campeões.

"Ele é um líder. No vestiário, é ele quem sempre dá uma palavrinha a mais. Nós conhecemos a capacidade que ele tem de fazer gols, mas agora ele voltou a encantar o mundo", afirma o companheiro, responsável por duas assistências contra os ingleses. O jogo de volta será em 15 de março, em Mônaco.

Nesta sexta (3), o técnico Tite, da seleção brasileira, convocará jogadores para as partidas contra Paraguai e Uruguai pelas eliminatórias da Copa de 2018. Chamado para a Rio-2016 mas barrado pelo Monaco, Fabinho espera por mais uma chance.

"Foi muito triste. Vinha falando com o Micale [então técnico da seleção olímpica] e com o Erasmo Damiani [coordenador das categorias de base da seleção] e jogando os amistosos. Falei até com o presidente do Monaco, mas eles precisavam de mim para a Liga dos Campeões. Olharam para o lado deles e não me liberaram. Fiquei pensando que poderia ter a medalha no peito também, mas procurei esquecer (...) Pelo momento do Monaco e por estar jogando bem, com versatilidade para jogar de lateral e de volante, espero voltar à seleção com o Tite", diz o campineiro.


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