Folha de S. Paulo


Ex-aliados fazem exigências para barrar impeachment de Andrade

Eduardo Anizelli/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 15-06-2016, 16h00: O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, durante anuncio a imprensa sobre a saida do tecnico Tite do comando do time. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, ESPORTE)
Roberto de Andrade anuncia a saída do técnico Tite em 2016 (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)

Horas antes da votação para definir a abertura de processo de impeachment, o presidente Roberto de Andrade vai ouvir uma série de exigências de seus antigos aliados.

As demandas serão feitas em encontro marcado para segunda-feira (20), mesmo dia da reunião do Conselho Deliberativo que vai definir o futuro do dirigente. Será a última tentativa de consenso para barrar sua saída.

Roberto de Andrade faz parte do grupo "Renovação e Transparência", que controla o Corinthians desde 2007, ano em que Andrés Sanchez foi eleito presidente. Aliados e conselheiros que não fazem parte da situação ou da oposição querem promessas de mudanças para votar contra abertura do impeachment.

Se o processo for instaurado, Andrade terá de se afastar do cargo, que será ocupado interinamente por André Luiz de Oliveira, conhecido no como André Negão.

A Folha apurou que seus antigos correligionários vão exigir que ele afaste assessores e conselheiros que não são afinados com o grupo político. O objetivo é que a administração passe ser colegiada, com Roberto de Andrade consultando a cúpula do "Renovação e Transparência" antes de tomar decisões.

Andrés Sanchez já havia ensaiado esses pedidos a Roberto de Andrade, mas não houve acordo. Na segunda, o objetivo será pressionar, sem possibilidade de barganha. Na visão de conselheiros do Corinthians, se o presidente não aceitar, o processo de impeachment será aprovado.

Há outra ameaça pronta para o caso de Andrade aceitar o acordo apenas para vencer a votação no Conselho Deliberativo e depois esquecê-lo. Ele será avisado que se não honrar o acordo, outro processo de impeachment aparecerá em um ou dois meses.

Uma das principais queixas dos antigos aliados é que Roberto de Andrade se isolou no cargo e tomou decisões personalistas, sem consultar ninguém. Uma delas foi a contratação de Oswaldo de Oliveira para treinador, no ano passado.

O PROCESSO

O pedido de impeachment é apoiado na denúncia de que Roberto de Andrade assinou, dois dias antes de ser eleito presidente, lista de presença na assembleia-geral da Arena Corinthians quando foi decidida a contratação da empresa Omni para administrar o estacionamento do estádio.

O contrato com a Omni foi assinado por ele em 10 de janeiro de 2015, 27 dias antes de sua posse.

A primeira chamada dos conselheiros será às 18 horas. A votação está prevista para começar às 19 horas.


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