Folha de S. Paulo


Equipe de rúgbi conduz revitalização de praça em São Paulo

Avener Prado/Folhapress
Jogo de rúgbi do São Bento na praça Rosa Alves da Silva que foi revitalizada pela equipe
Jogo de rúgbi do São Bento na praça Rosa Alves da Silva que foi revitalizada pela equipe

A revitalização da praça Rosa Alves da Silva, na Aclimação, em São Paulo, é celebrada como um "try" -o equivalente ao gol no rúgbi- pelos moradores do entorno.

Há cinco anos, o local estava abandonado. Além de sujo, era usado como ponto de tráfico de drogas.

Uma área ampla da praça, conhecida como "terrão", era utilizada vez ou outra por moradores de outros bairros para jogar futebol.

As mudanças começaram em 2012, quando o São Bento Rugby foi fundado e começou a treinar no "terrão".

Os integrantes do time se uniram à Amarosa (associação dos amigos da praça) e ao grupo escoteiro Caramuru. Juntos, ganharam apoio de alguns vereadores e da subprefeitura da Vila Mariana.

Também chamaram a atenção da Guarda Civil e da Polícia Militar em relação à insegurança no local.

Aos poucos, os postes de iluminação voltaram a funcionar, e uma quadra de futebol foi construída. As rondas, especialmente da Guarda Civil, ficaram mais frequentes.

Avener Prado/Folhapress
Terrão da praça Rosa Alves da Silva há cinco anos e atualmente, durante jogo de rúgbi
Terrão da praça Rosa Alves da Silva há cinco anos e atualmente, durante jogo de rúgbi
Arquivo pessoal
Terrão da praça Rosa Alves da Silva há cinco anos e atualmente, durante jogo de rúgbi
Terrão da praça Rosa Alves da Silva há cinco anos e atualmente, durante jogo de rúgbi

Ao longo de 2016, o "terrão" foi ganhando as feições de um campo de rúgbi. O muro e a grade que o cercam passaram por uma reforma, e houve o plantio do gramado. Na semana passada, a equipe instalou as traves.

"Isso aqui é a minha vida", diz o médico Henrique von Rondow, 30, presidente do São Bento, referindo-se ao clube e à praça.

Indagado se o uso dessa área da praça não poderia ser visto como apropriação particular de espaço público, Rondow enfatiza que não.

Segundo ele, o espaço está aberto a outras agremiações, desde que contribuam com a manutenção.

Nem tudo é plena harmonia, porém. À reportagem, alguns moradores reclamaram que o portão que dá acesso ao campo de rúgbi é eventualmente encontrado trancado, o que poderia ser categorizado como uso privado de um espaço público.

O subprefeito da região da Vila Mariana, Benedito Mascarenhas Louzeiro, disse que vai averiguar o que foi relatado. Louzeiro ressalta, contudo, que avalia positivamente parcerias como esta, entre a subprefeitura e entidades da sociedade civil.

Avener Prado/Folhapress
Jogo do São Bento Rugby na praça Rosa Alves da Silva
Jogo do São Bento Rugby na praça Rosa Alves da Silva

ASCENSÃO

O presidente do time falou à Folha minutos antes de um amistoso no último sábado (4), entre o São Bento e o Mogi Rugby, de Mogi das Cruzes.

Foi a primeira partida no campo, enfim, remodelado.

Além da casa com cara nova, havia outro motivo de comemoração para os integrantes do clube. O São Bento venceu o rival por 42 a 3.

O time subiu à segunda divisão do rúgbi paulista no final de 2015, apenas três anos após ser criado.

Em 2017, a meta é ficar entre os quatro primeiros nesse grupo de acesso, diz o técnico Valter Sugarava, o Japinha, 39, ex-jogador da seleção.

O time masculino adulto do São Bento reúne cerca de 60 pessoas, todos amadores. Ainda há 20 no feminino e mais 20 no infantil e juvenil.

A base, aliás, é uma das preocupações de Japinha. Ele tem realizado clínicas nas escolas próximas da praça da Aclimação para apresentar os fundamentos do esporte às crianças e aos adolescentes.


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