Folha de S. Paulo


Dinâmico, Ceni evita repetição e redobra exigência antes da estreia

Joel Silva/Folhapress
Rogério Ceni durante treino do São Paulo no CT da Barra Funda
Rogério Ceni durante treino do São Paulo no CT da Barra Funda

Intensidade, dinamismo e competição. As três palavras resumem o primeiro mês de trabalho de Rogério Ceni, 44, no comando do São Paulo.

Às 17h deste domingo (5), diante do Audax, na Arena Barueri, pelo Campeonato Paulista, o treinador colocará à prova toda a preparação da pré-temporada no primeiro jogo oficial do clube no ano.

Com prancheta na mão e voz estridente, que por vezes o deixa rouco, o técnico apresentou características nos treinamentos que lembraram o Rogério Ceni jogador.

A primeira delas foi o espírito participativo. Apesar de ser o técnico, ele foi uma espécie de atleta que ensina.

Para fazer os jogadores entenderem a dinâmica dos exercícios, o ex-goleiro pulou, cabeceou, correu, deu carrinhos, foi marcador e até serviu como obstáculo.

Da mesma maneira que demonstrou entusiasmo, sempre exigiu intensidade de seus comandados. No treino de quinta-feira (2), por exemplo, Rogério chamou o meia Lucas Fernandes, que está em fase de recondicionamento físico, para um desafio.

Na entrada da área foram colocadas seis bolas –três para cada– e quem acertasse mais finalizações no ângulo era o vencedor. O treinador ganhou por 3 a 1.

Atividades desse tipo fazem com que haja proximidade entre jogadores e comandante. A fórmula é uma tentativa de ganhar a confiança do grupo. Quando atuou no gol são-paulino, Ceni tinha fama de perfeccionista e criou desavenças com companheiros de time e técnicos.

DINÂMICO

Dificilmente Rogério Ceni repetiu um treino com bola nesses 30 dias de preparação.

Após um intercâmbio na Europa no segundo semestre de 2016, onde fez os cursos de níveis um e dois da FA (Football Association, entidade que controla o futebol na Inglaterra), ele trouxe métodos fora do habitual para o país –de acordo com a 1st4sport, empresa responsável pelos treinamentos, eles possibilitariam empregos apenas em "clubes amadores locais, de juniores ou seniores".

Ao lado de seus auxiliares, o inglês Michael Beale e o francês Charles Hembert, Ceni sempre promove uma novidade nos exercícios.

Na quarta-feira (1º) apresentou um dos mais curiosos até então. Cerca de 20 estacas foram fincadas no chão aleatoriamente.Três jogadores tinham a missão de passar por elas tocando a bola sem encostar no obstáculos, driblar Rogério Ceni, que foi um defensor, e finalizar a gol.

"Em pouco tempo que vi, o trabalho do Rogério é muito bom, interessante e muito dinâmico. Constantemente tem pressão e jogadas de mano a mano", analisou Buffarini em entrevista coletiva.

COMPETITIVIDADE

Ceni foi jogador e sabe que eles gostam de competição e, sobretudo, ganhar.

O famoso "rachão", habitual em todos os clubes, é analisado pelo técnico de perto. Ele pede a todo instante para os jogadores exigirem mais de si. No fim, costuma enaltecer o time vencedor.

"Nesse pouco tempo de treinamento deu para ver a forma competitiva do Rogério. O jeito que ele quer que o time jogue", relatou Rodrigo Caio ao canal ESPN Brasil no meio do mês passado.

Adepto do merecimento no momento da escalação, o treinador sinalizou uma formação titular para este domingo com Sidão; Bruno, Maicon, Douglas e Buffarini; Rodrigo Caio, Thiago Mendes e Cueva; Wellington Nem, Luiz Araújo e Chavez.


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